Longing, maybe some gratitude but blessed

Acho que hoje é um excelente dia para deixar minhas emoções extravasarem em minhas letras, por trás de meus dedos e fluírem de meus pensamentos mais profundos, é algo necessário de se fazer sempre e não devemos ter medo disso, mas sim sermos gratos por termos a alegria de poder falar, nos expressar e almejar certas coisas na vida.

Para começar, ontem foi um dia emocionante para mim, algo peculiar porque eu não esperava, porque me fez lembrar que nem todas as escolhas que fazemos em nossas vidas são ruins, embora algumas pessoas, por doutrinas ou dogmas, possam ver isso de forma ruim.

Muitas vezes as pessoas me perguntam o que me fez interessar por uma pessoa mais velha do que eu, 9 anos de diferenças e experiências, e acho que a resposta, além do fato de eu amar essa pessoa, é o fato de que eu gostaria de um dia me sentir ou ser como essa pessoa que está ao meu lado.

E ontem foi um desses dias que me fez lembrar os motivos que me levaram a tomar uma decisão tão difícil de sair de casa e partir em uma aventura com alguém que ainda era um estranho para mim há cerca de 4 anos.

Considero meu parceiro uma das melhores pessoas do mundo, e isso não se deve à sua vocação de enfermeiro, mas ao fato de ele ser uma pessoa genuína que gosta de fazer o que esperava que outras pessoas fizessem por ele no passado.

Certamente, uma das coisas que as pessoas nunca entenderão é o quanto a vida pode ser difícil para um adolescente que é gay, cujo pai nem sempre esteve presente porque morreu e que viveu com tão poucos recursos que falar sobre isso seria desolador e, além disso, viver em uma sociedade que só olha para o negativo em vez de fazer qualquer coisa para transformá-lo no oposto.

Esses dias eu estava ouvindo um podcast em que um casal homossexual disse que uma das coisas que eles não gostariam que acontecesse é que seu filho ou filha lhes dissesse uma noite que tem preferências sexuais e sentimentos por uma pessoa do mesmo sexo, e deram infinitas razões tão válidas que me fizeram sentir totalmente identificado, nós, como futuros pais, o que menos queremos é que nossos filhos passem pela dureza que é a sociedade nessa área.

E certamente você pode ficar chocado com o número de jovens que cometem suicídio porque sentem amor por uma pessoa do mesmo sexo, o que não é errado, ninguém tem o direito de julgá-lo e muito menos sendo uma pessoa tão jovem, um inocente que está apenas aprendendo a viver.

Falo isso porque nós, como casal homossexual, nunca pensamos em ter filhos, certamente pelos mesmos motivos e porque isso não é viável em um país onde a lei está acima do bem-estar real das crianças, como se a moralidade fosse mais importante do que os sentimentos desses jovens.

E sem entrar em uma questão política, uma das coisas que me fez sentir frágil, grata e triste ao mesmo tempo ontem, foi o fato de ver meu parceiro buscando os meios necessários para ajudar os jovens de hoje que estão passando por um momento difícil. Ele afirma que, como professor, eles são seus filhos e que lhes dói o que quer que esteja acontecendo com eles dentro ou fora da instituição, porque ele vê isso com os mesmos olhos que um dia chorou quando a sociedade e a vida lhe deram as costas.

É claro que isso me deixou muito orgulhoso dele, mas também me fez lembrar da minha própria cruz do passado. A sociedade realmente é como um câncer, ela nos fere à medida que envelhecemos e deixa marcas que podem durar para sempre, mesmo que não sucumbamos à necessidade de deixar de existir para não sentir dor diariamente.

Aquele momento, enquanto eu o ouvia conversando com um advogado do instituto psiquiátrico, me fez desejar que houvesse mais pessoas como ele neste mundo, que realmente sentissem a necessidade de proteger os mais fracos, de ajudar aqueles que se sentem perdidos, de fazê-los saber que, apesar de tudo, há ou haverá pessoas em suas vidas que os amam.

Acima de tudo, para mantê-los longe da possibilidade de serem vítimas da sociedade ou até de si mesmos, caso cometam suicídio, como alguns já sucumbiram. Tenho certeza de que pessoas como meu parceiro fariam deste mundo um lugar melhor, e sei que existem pessoas como ele, com uma vocação real do que é ser humano, do que é sentir e ter empatia.

Muitas vezes desejei ter conhecido uma pessoa assim naqueles tempos, mas hoje estou feliz por estar ao lado de uma pessoa assim e por ela estar procurando as mil maneiras de proteger o que, em parte, é o futuro de todos nós.

Portanto, sinto alegria, sinto nostalgia pelo meu passado, mesmo que seja doloroso lembrar, mas sinto-me grato ao destino por poder ver um grão de areia tentando mudar um mundo que precisa de mais empatia e amor verdadeiro, como uma definição padrão do que realmente significa ser amado.

I think today is an excellent day to let my emotions spill out in my letters, behind my fingers and flowing from my deepest thoughts, it is something necessary to do always and we should not be afraid of it, but rather be grateful for having the joy of being able to speak, express yourself and long for certain things in life.

To begin with, yesterday was an emotional day for me, something peculiar because I did not expect it, because it made me remember that not all the choices we make in our lives are bad even though some people by doctrines or dogma can see it in that bad way.

Many times people ask me what made me get interested in a person older than me, 9 years of differences and experiences, and I think the answer beyond the fact that I love that person is the fact that I would like one day to feel or be like that person who is next to me.

And just yesterday was one of those days that made me remember my reasons for making such a difficult decision to leave my home and go on an adventure with someone who was still a stranger to me about 4 years ago.

My partner I consider him to be one of the best people in the world, and it's not because of his vocation as a nurse, it's as a genuine person who likes to do what he expected other people to do for him in his past.

Certainly one of the things that people will never understand is how hard life can be for a teenager who is gay, whose father was not always there for him because he died and who lived with so few resources that talking about it would be soul crushing, and beyond that living in a society that only looks at the negative rather than doing anything to turn it into the opposite.

These days I was listening to a podcast where a homosexual couple said that one of the things they would not like to happen is that their son or daughter would tell them one night that they have sexual preferences and feelings for a person of the same gender, and gave endless reasons so valid that made me feel totally identified, we as prospective parents what we least want is that our children go through the hardness that is society in this area.

And certainly you could be shocked by the number of young people who commit suicide because they feel love for a person of the same gender, which is not wrong, no one has the right to judge you and much less being such a young person, an innocent who is just learning to live.

I am talking about this, because we as a homosexual couple have never thought of having children surely for the same reasons and because it is not viable in a country where the law is above the real welfare of children, as if morality was more important than the feelings of these young people.

And without going into a political issue, one of the things that made me feel fragile, grateful and sad at the same time yesterday, was the fact of seeing my partner looking for the necessary means to help the young people of today who are going through a hard time. He affirms that as a teacher, they are his children and that it hurts them whatever is happening to them inside or outside the institution, because he sees it with the same eyes that once cried when society and life turned its back on him.

That of course made me very proud of him, but it also reminded me of my own cross from the past. Society really is like a cancer, it hurts you as you grow older and leaves traces that can last forever even if you don't succumb to the need to cease to exist in order not to feel pain on a daily basis.

That moment while I was listening to him talking to a lawyer from the psychiatric institute, made me wish there were more people like him in this world, who really felt the need to protect the weakest, to help those who feel lost, to let them know that despite everything there are or will be people in their lives who love them.

Above all, to keep them away from the possibility of being victims of society or even of themselves in case they commit suicide as some have already succumbed. I am sure that people like my partner would make this world a better place, and I know that there are people out there like him, with a real vocation of what it is to be human, what it is to feel and be empathetic.

I often wished I had met such a person in those old days, but today I am glad to be next to such a person and that he is looking for the thousand ways to protect what is partly the future of all of us.

So, I feel joy, I feel nostalgic for my past even though it was painful to remember, but I feel grateful to fate to be able to see a grain of sand trying to change a world that needs more empathy and real love, as a standard definition of what it really means to be loved.

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