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De acordo com o que está escrito na constituição federal brasileira:
Art. 215. “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.”
Considerando esta “lei” (e aqui cabem muitas aspas), eu me pergunto até quando os brasileiros mais pobres realmente terão os seus plenos direitos de frequentar cinemas, teatros, museus, shows musicais e outras manifestações culturais de uma maneira devidamente respeitada (ou seja, financeiramente acessível, embora essa seja uma questão que tende a ir mais além em outros espectros de políticas públicas). A cada novo ano (como se esse problema andasse em torno dele mesmo sistematicamente) é impossível não acreditar que tudo está ficando pior ou ter alguma esperança pontual.
Quando foi a última vez que você foi última vez que você assistiu a um filme no cinema? Visitou um museu com alguma exposição mais sofisticada? Assistiu a um show musical ou uma peça de teatro bem produzida? Eu não me refiro aqui as produções gratuitas (que apesar de terem uma representatividade muito necessária, tendem a ser simples porque não envolvem dinheiro das “pessoas comuns” como uma moeda de troca pelos bens ou serviços), me refiro ao privado, que por sua vez envolve outras camadas que fomentam o capitalismo como uma prática predatória de amplo alcance.
Eu sei que isso não é um problema que afeta apenas o Brasil, mas sendo brasileiro, eu me sinto à vontade para falar e escrever com propriedade sobre o que acontece por aqui em um setor que eu costumo acompanhar de perto (que na prática se resume ao cinema, embora eu aprecie outros tipos de artes e procure me manter informado sobre elas). Em síntese, o acesso à cultura vem sendo literalmente cortado (ainda que legalmente coberto por diferentes leis que criam uma blindagem sobre outras leis... e aqui temos uma ironia de grandes proporções), tornando restrito algo mais crucial.
Todo e qualquer brasileiro tem direito à cultura garantido pela constituição federal, mas é mais do que óbvio que esse acesso, ao longo dos anos, vem sendo cada vez mais bloqueado por demandas privadas que priorizam apenas dinheiro (sim, ninguém deve trabalhar de graça... por outro lado, eu penso que lucrar exorbitantemente a ponto de privar uma parte da população de viver esses momentos é algo brutal) ao invés do produto final oferecidos todas essas empresas. Uma vez, mais o governo federal precisa intervir para mudar este cenário e aqui, eu de novo perco qualquer esperança.
Todo o conteúdo, imagens e edições foram produzidos por @wiseagent para a comunidade @HiveBR.
Capa: criada com Canva.
According to what is written in the Brazilian federal constitution:
Art. 215. “The State will guarantee to everyone the full exercise of cultural rights and access to sources of national culture, and will support and encourage the appreciation and dissemination of cultural manifestations.”
Considering this “law” (and there are many quotation marks here), I wonder until when the poorest Brazilians will really have their full rights to attend cinemas, theaters, museums, musical shows and other cultural events in a duly respected manner (i.e., financially accessible, although this is an issue that tends to go further into other spectrums of public policies). With each new year (as if this problem goes around itself systematically) it is impossible not to believe that everything is getting worse or to have some specific hope.
When was the last time you watched a movie at the cinema? Have you visited a museum with a more sophisticated exhibition? Have you seen a well-produced musical show or play? I am not referring here to free productions (which despite having much-needed representation, tend to be simple because they do not involve money from “ordinary people” as a currency of exchange for goods or services), I am referring to the private sector, which in turn This time involves other layers that foster capitalism as a wide-ranging predatory practice.
I know that this is not a problem that only affects Brazil, but being Brazilian, I feel comfortable talking and writing about what happens here in a sector that I usually follow closely (which in practice boils down to cinema, although I appreciate other types of arts and try to stay informed about them). In short, access to culture has been literally cut off (even though it is legally covered by different laws that create a shield over other laws... and here we have an irony of great proportions), making something more crucial restricted.
Each and every Brazilian has the right to culture guaranteed by the federal constitution, but it is more than obvious that this access, over the years, has been increasingly blocked by private demands that prioritize only money (yes, no one should work for free... on the other hand, I think that making exorbitant profits to the point of depriving a part of the population of experiencing these moments is something brutal) instead of the final product offered by all these companies. Once again, the federal government needs to intervene to change this scenario and here, I again lose any hope.
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Bzzt, não é apenas o acesso que é problema, é a mentalidade que precisa mudar, brasileiros! Os direitos culturais não são apenas uma questão de classe, mas de dignidade! #hivebr