A criação de um império baseado na jogatina

Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, longa A Grande Jogada conta a história da princesa do pôquer, Molly Bloom

Apesar de pouco conhecida no Brasil, Molly Bloom (Jessica Chastain) foi assunto recorrente nos Estados Unidos nos últimos anos, virando notícia em vários veículos de comunicação. Nascida em 1978 no Colorado, ela tinha tudo para ser uma atleta olímpica de esqui ou então optar pelas melhores faculdades em qualquer curso de sua escolha.

Desde pequena ela e seus irmãos foram criados pelo pai para se tornarem melhores em tudo. Um deles se tornou cirurgião renomado e o outro foi para a liga profissional de futebol americano.

Jessica Chastain interpreta Molly Bloom (Foto: Divulgação/IMDb)

Mesmo com esse histórico familiar exemplar e todas as condições propícias ao seu favor, ela acabou traçando um caminho diferente. Em 2003, Molly se mudou para Los Angeles para tirar uma folga dos estudos e buscar sua independência financeira. Lá, ela começou a trabalhar como garçonete. Em pouco tempo, conhece Dean Keith (Jeremy Strong), um produtor de cinema que decide contratá-la como assistente.

Na nova rotina de trabalho, ela passa a ajudar Dean em jogos de cartas clandestinos. Fascinada com o ambiente e a possibilidade de enriquecer facilmente, Molly chegava a faturar US$ 7,5 mil de gorjetas por noite e tinha a oportunidade de ver alguns dos homens mais poderosos de Hollywood.

Depois de alguns incidentes com o seu chefe, ela foi demitida em 2007. A partir de então, consegue começar a realizar suas próprias partidas de pôquer. Bloom ficou milionária e passou a ser conhecida como a princesa do pôquer.

Aos 25 anos, Molly chegava chegava a faturar US$ 7,5 mil de gorjetas por noite (Foto: Divulgação/IMDb)

Depois disso, outros inconvenientes acontecem no percurso da sua carreira. Sua vida foi ficando cada vez mais agitada e solitária. O filme de pouco mais de duas horas explora cada um desses acontecimentos de forma bem detalhista, ficando implícito suas motivações que vão além do dinheiro. As conversas dela com o advogado ou o pai revelam alguns indícios disso.

Em sua autobiografia, publicada em 2014, ela não revela os nomes de alguns dos principais envolvidos em sua trajetória. O anonimato se repete no filme dirigido e adaptado para o cinema por Aaron Sorkin.

Talvez, uma das maiores ironias do filme é Molly levar sua história para Hollywood entrando de certa forma na vida de seus bastidores.

Bom, já faz um tempo que eu não escrevo sobre filmes, então resolvi fazer minha contribuição para o projeto Filmoteca, criado pelo @flaviusbusck.

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