The unshakeable faith of an old man / Fé inabalável de um velho [En-Pt]

^{https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-sabedoria-s%C3%A1bio-homem-882078/}

This weekend I had the opportunity to go for a walk and discover a little more of the city of Porto for myself.

Although I went to meet up with two friends I hadn't seen in a while, I still had the chance to discover a little of Porto's streets for myself.

At the top of a road that forked at the top, in the Gaia region, on the other side of the splendid River Douro, I found myself having to instinctively choose which way to go down to the area near the river mouth.

On this day, as I had anticipated, Porto and the city of Gaia were full of tourists looking for the best places to photograph and the best places to discover, according to the best photography and tourism guides, and obviously inspired by some Instagram profile that had captured a fantastic moment from a certain angle.
Seeing that most people arriving at that point decided almost immediately to turn right (which also looked more picturesque and all), I decided to turn exactly to the left.
I noticed that the street, although somewhat aged, didn't have any features that I would find interesting to photograph... I took a few more steps forward and decided to turn right again to head towards the riverside area. And lo and behold, I bumped into an elderly man in a beret, who was savouring the rays of sunlight hitting his face.

I greeted him in Portuguese, to which he immediately replied with a warm ‘Likewise’.

I asked him if everything was all right with him, to which he replied: ‘I only have reason to be happy’, ‘What isn't all right will soon be all right, because I believe that God will provide for me!’.

As you can imagine, I couldn't help but be amazed by the old man's faith and conviction. How could anyone be so sure that God would provide everything he needed and nothing more?

He asked me if I was all right, to which I replied yes, because I had already been blessed ‘by the presence and certainty’ of his faith.

I can tell you that I spent more than an hour chatting to him. He told me stories about his life, from the age when he was still working as a painter and as a lithographer in an old printing press.

That life had been favourable for him, despite losing his father at the age of three, and that as an orphaned child he had been raised by the army for the commendations his father had won in the Lalís War, fighting against the Germans.

He also said that he didn't need to take any pills, even though he was 94 years old...

And I can assure you that he had a joviality and clarity of mind such as we don't often see in 20-year-olds!

I don't have my grandparents any more, and my family doesn't have any older people who are close to me, so this opportunity was really a fantastic experience to be able to learn a bit about 1950s society...

Will all his memories be erased when he passes away? Can't a collective memory be built, and with it grow a sense of community and the importance of the teachings that pass from generation to generation?

Neste fim de semana tive oportunidade de ir passear e conhecer um pouco mais da cidade do Porto por mim.

Apesar de ter ido com o objectivo de encontrar dois casais amigos, que já não via à algum tempo, ainda tiver oportunidade de descobrir um pouco das ruas portuenses por mim.

No topo de uma ruma que se bifurcava no alto, na região de Gaia, do outro lado do esplendoroso rio Douro, dei comigo a ter que instintivamente escolher o lado para o qual deveria descer até à zona da foz.

Neste dia, tal como eu bem previa, o Porto, bem como a Cidade de Gaia, estavam pejados de turistas a procurar os melhores locais para fotografar, bem como os melhores sitios para descobrir segundo seguramente os melhores guias de fotografia e turismo, e obviamente inspirados por algum perfil do Instagram, que teria captado um momento fantástico, de um determinado ângulo.

Vendo que a maioria das pessoas que chegavam aquele ponto, decidiam quase imediatamente virar à direita (que tinha também um aspecto mais pitoresco e tudo), eu decidi virar exactamente para o lado esquerdo.

Reparei que a rua, apesar de algo envelhecida, não tinha nenhuma característica que eu achasse interessante fotografar... Mais uns passos em diante. e decidi virar de novo à direita, para me dirigir para a zona ribeirinha. E eis que entretanto, dei de frente com um ancião, de boina, que estava a saborear os raios de sol que atingiam a sua face.

Cumprimentei-o em português, ao qual ele imediatamente me respondeu com um caloroso "igualmente".

Perguntei-lhe se estava tudo bem com ele, ao qual ele indagou com um: "Só tenho razões para estar feliz", "O que não está bem, rapidamente irá ficar bem, pois eu acredito que Deus me o providenciará!".

Não pude, como podem imaginar, deixar de não ficar admirado com tamanha fé e convicção do velhote. Como é que alguém poderia ter tremenda certeza que Deus lhe providenciaria tudo o que precisaria e nada mais?

Ele perguntou-me se eu estava bem, ao qual eu respondi que sim, pois tinha já sido como que abençoado "pela presença e pela certeza" da sua fé.

Posso dizer-vos que fiquei mais do que uma hora a conversar com o senhor. Contou-me histórias da sua vida, desde a idade em que ainda trabalhava como pintor, e como litografo numa antiga gráfica.

Que a vida lhe tinha sido favorável, apesar de ter perdido o pai aos 3 anos, e de como miúdo órfão ter sido criado pelo Exército por louvores que o seu progenitor tinha ganho na Guerra de Lalís, a combater contra os Alemães.

Disse também que não tinha necessidade de tomar nenhum comprimido, isto apesar de estar com os seus 94 anos...

E garanto-vos que ele tinha uma jovialidade e uma clareza de espírito tal, como seguramente não a vemos tão frequentemente em jovens de 20 anos!

Não tenho já os meus avós, e a minha família já não tem pessoas de idade que estejam próximas de mim, por isso esta oportunidade foi de facto uma fantástica experiência para poder aprender um pouco acerca da sociedade dos anos 50...

Todas as suas memórias serão apagadas quando ele falecer? Será que uma memória colectiva não pode ser contruída, e com ela fazer crescer o sentido de comunidade e da importância dos ensinamentos que passam de geração em geração?