O ano é 2018, mas mais parece 1984.
George Orwell escreveu 1984 em 1948, trocando o "4" pelo "8", não como uma previsão, mas como a descrição de um cenário, de um futuro possível.
Para quem não leu, e deve ler porque é uma leitura indispensável para entender a atual modernidade do qual vivemos, vou resumir de forma breve a obra.
Orwell conta uma história de uma sociedade altamente controlada pelo Estado, tudo pertence ao Estado, peculiaridades pessoais não são toleradas, e repreendidas fortemente (leia-se morte). Até mesmo as opiniões são controladas pelo Estado, a única ideologia permitida é a oficial (a do grande irmão).
Aliás, O Grande Irmão é outro detalhe importante do livro, e da sociedade utópica imaginada pelo autor, este é o supremo líder da nação, sua autoridade é inquestionável, mais que um líder, é um exemplo de homem, de bravura, de integridade, de honestidade, a ser seguido.
Outro fator de controle popular é feito pelo domínio da verdade. O Estado define o que é verdade e o que é mentira, o que é certo e errado, moral e imoral. É uma verdadeira manipulação da história e do jornalismo, fatos que contrariam o interesse do governo simplesmente deixam de existir da história e da memória coletiva, isto porque além de uma lavagem cerebral aqueles que desafiam esta verdade construída são ameaçados e torturados.
A fiscalização ocorria tanto pela ação estatal, por meios de câmeras que existiam em cada casa, mas também a população participa, no livro, de forma ativa, poucos lutavam contra a opressão porque um vizinho, um colega, ou até sua esposa ou amigo eram capazes de denunciar às autoridades, e faziam isso em prol do dever civil.
Fiz uma análise completa do livro: aqui.
Claro que se trata de uma utopia, um exagero da realidade, mas qualquer semelhança com o fascismo, nazismo e comunismo não é mera coincidência. É uma literatura de oposição à todo regime autoritário.
No ano de 1984 o livro foi re-estudado, no entanto, a comunidade literária riram de Orwell, pois este teria "errado" sua profecia, mas a verdade é que o autor não escrevia sobre o futuro, mas sim fez uma crítica sobre à realidade da época, e acima de tudo criticou a natureza humana e à organização social.
O mais tristes que podemos enxergar o grande irmão em nossos dias atuais, suas políticas e técnicas estão visivelmente presentes em nosso atual cenário político, não somente o nacional.
O maior exemplo disso é as famigeradas Fake News, ambos os lados, candidatos de esquerda e de direita se favorecem de notícias falsas, ou ainda notícias parciais, e o que virou moda agora: jornais que limitam o acesso ou cobram pela leitura, afinal o que importa é só a manchete.
Está claro que as fakes news fazem parte de uma estratégia política, que vai muito além da eleição, é o controle da verdade e da vontade, cria-se características falsas à um candidato, ações e movimentos que nunca existiram.
Em resumo, ambos os lados, vermelhos e azuis, criaram um monstro, ou até mesmo uma exageração do perigo político do outro lado, isso tudo para criar uma política de divisão, de ataque, criaram um ambiente no qual o ideologicamente oposto é um inimigo, e não se dialoga com o inimigo.
Não há mais discussões de ideias, há conflitos de egos, ambos os lados querendo provar que estão mais certos e que são menos piores, mas se são os dois ruins não seria o caminho civil apenas ignorá-los?
Estamos vivendo uma sociedade de indivíduos, de estranhos separados por nichos, que não se comunicam entre si, temos que reverter a política do ódio, dos dois lados, em favor da união e da inteligência, chega de idolatrar políticos, isso terá ainda um alto custo. A política tem que voltar ao seu dono de direito, o cidadão.
Obrigado pela atenção, compartilhe essa mensagem. Podemos mudar este cenário.
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