Emprego: o que motiva as mudanças e quando encerrar um ciclo?

in Proof of Brain3 years ago (edited)

Conhecer pessoas novas, aprender processos, ter um crescimento na carreira, explorar um ambiente de trabalho diferente… ou simplesmente aumentar o salário? Diversos fatores entram em jogo quando surge a vontade de procurar um emprego novo.

Diferente da década de 1970 em que as pessoas procuravam um trabalho para ficar até a aposentadoria, a vida atual mais dinâmica e com mais oportunidades mudam as perspectivas sobre o presente e futuro.

Prova disso é a alta rotatividade ou turnover de funcionários nas organizações. Por exemplo, uma pesquisa da Robert Half constatou que a taxa de turnover no Brasil aumentou 82% entre 2012 e 2014. Curiosamente, esse dado também coloca o país em uma posição do dobro da média mundial.

O entra e sai de funcionários das empresas é inevitável, porém é importante pensar na frequência desses eventos e motivações. Quando as pessoas ficam meses em um cargo e partem para novos desafios, vários sinais de alerta surgem.

Entre os possíveis questionamentos para a alta rotatividade nas empresas:

  • Quantos profissionais já fizeram isso antes?
  • A empresa tem problemas estruturais, como processos administrativos ineficientes, má gestão, falta de infraestrutura, remuneração incompatível com o mercado ou ambiente com baixa motivação profissional?

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Algumas pesquisas dizem que o tempo médio atual de um profissional em uma empresa é de três anos Foto: Pexels

A baixa remuneração e a falta de reconhecimento costumam aparecer entre os principais motivos para a alta rotatividade. Sejam estes ou qualquer outro problema deveriam ser fáceis de serem ajustados, porém sabemos que as mudanças, na prática, são demoradas.

Por isso, em tempos de vidas aceleradas acaba sendo uma tortura esperar por uma promoção ou qualquer acerto de contas. Sendo assim, as pessoas acabam desistindo e procurando colocações melhores, visando, principalmente, o dinheiro.

Pelo menos é assim que eu fico imaginando como a maioria deve agir. Para pensar a respeito, imagina um cenário: você ganha relativamente bem, tem condições de trabalho agradáveis e o ambiente não é de se reclamar, mas sabe que pode encontrar um emprego para pagar o dobro. O que você faz: muda ou não?

Provavelmente, a resposta depende de mais fatores, como quesitos de insegurança, mas, talvez a maioria apostasse no novo. Apesar disso, é normal que em alguma época da vida, o profissional alcance uma posição boa, que as variações de salário e outras condições não tenham impactos tão significativos. Mesmo assim, é possível ver muitas rotatividade, basta abrir o LinkedIn, por exemplo.

Ou seja, a chance de conhecer novos ares é bem-vinda. E embora tenha falado muito sobre salário, a verdade é que nos dias atuais, em geral, isso nem tem tanto peso. Afinal, diversos estudos recentes revelam que as pessoas estão atrás da reafirmação de pertencimento. A ideia é fazer parte de algo que tenha o sentido de uma obra, o que os gregos chamavam de poiesis. Ou seja, a necessidade de se ver naquilo que faz e constrói.

Resumindo toda essa ideia, hoje, o trabalho é visto a partir de três atitudes, são elas: uma carreira, uma missão ou um emprego. Quando ele não se passa de um emprego, serve apenas para pagar as contas e ver o fim do dia. Se for uma carreira, o foco é nas promoções e no avanço profissional para conseguir um salário e cargo melhores. Por fim, a missão é um propósito mais elevado, verdadeiramente o pertencimento à uma comunidade mais ampla.

Pensando nessas definições, talvez fique claro chegar à conclusão que a maioria enxerga o trabalho como um emprego e, por isso, é comum ver tanta rotatividade por aí.

E aí, qual foi o máximo de tempo que conseguiu ficar em um emprego? O meu foram três anos!


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