How Parental Absence or Presence Defines Us

in Hive Learners3 days ago

Our relationship with our parents shapes our lives so much that there are numerous studies in psychology and psychoanalysis that investigate this issue. I remember when I realized this in my own life, about five years ago.

In one of my recent posts for the Hive Learners community, I mentioned that, for most of my childhood, my mother was somewhat absent. She worked too much, and by the time she started working less and spending more time at home, I was already around 14 years old and, well… I had a strong personality. Consequently, our relationship only got worse over time.

Because she hadn’t been actively present in my childhood, when I was 14, my mother didn’t really know me. And she was quite a controlling person, so when she started spending more time with me and wanted to have a say in everything I did—whether it was how I dressed, the music I liked, or the things I enjoyed doing—it was already too late. I had already developed a will of my own, and there was nothing she could do to shape me. This is the first issue I see with parental absence: they end up surprised and frustrated by what their children become, and we, as children, come to the conclusion that we don’t love them as much as they expect—or at least not in the way they hope for.

It took many years for her to understand this, and nowadays, she’s doing better. I also haven’t lived with her for a long time. And in a way, the distance helps us get along better. But I think the previous generation was raised with the idea that parents are divine beings who must be respected above all, who are always right, and never make mistakes. And she expected me to treat her like that kind of deity, which never happened. Why would I treat someone like that when they failed me so much?

On the other hand, excessive parental presence also has its negative consequences. My mother-in-law, for example, gave up everything to take care of my husband and his brother. She never worked outside the home or had her own income, yet she separated from her husband when the children were still very young. My husband and his brother lived with her at their grandparents’ house for years. She was always present in the most important moments of their lives, giving them love and care—but also controlling every little detail. Being a religious person, she deprived them of many things, which caused traumas that they still struggle to overcome today, even as grown men. This is quite sad and makes me reflect on how complex motherhood is.

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The truth is that children need present mothers, but mothers who understand that their children are not an extension of themselves, no matter how romantic it sounds to say: “My child is a part of me.” They need to be allowed to live their own lives and make their own choices. However, we must admit that total absence tends to be much worse for those who grow up without one of their parents. Take, for example, daughters who grow up without a father—a topic frequently discussed in therapy. There is a common pattern among women raised without a father’s presence. Of course, we can’t generalize, but in most cases, these women tend to have lower self-esteem, engage in complicated relationships, and make difficult choices in their personal lives.

I started this text by saying that five years ago, I discovered something about my relationship with my mother that shaped my life, at least in my teenage years. This discovery was that I expected much more from my female friends than from my male friends. Looking back at my adolescence, I realize that I unconsciously assigned my female friends a motherly role because, up until that point in my life, I had lacked a strong maternal presence. Of course, at the time, I wasn’t aware of this, but realizing it in adulthood has clarified why my friendships with women have always been so complicated.

The truth is that our relationship with our parents defines how we relate to other people when we are young. As we mature, interact with others, and have new experiences that shape our personalities, we develop our own way of relating and living. But this is different for each person, and the journey is not always easy. Most of the time, we are not ready to acknowledge that we are just like our parents—or that, even after so much time, their past behaviors have influenced who we are and how we act.


Portuguese

Nossa relação com nossos pais definem tanto nossas vidas, que há diversos estudos na psicologia e psicanálise que investigam essa questão. Lembro de quando eu percebi isso na minha própria vida, a cerca de 5 anos atrás.

Mencionei num dos meus últimos posts para a comunidade Hive Learners, que durante a maior parte da minha infância, minha mãe foi um tanto ausente. Ela trabalhava demais, e quando ela passou a trabalhar menos e ficar mais tempo em casa, eu já tinha cerca de 14 anos e bem… Tinha uma personalidade muito forte. Consequentemente, nossa relação a partir daí foi só piorando com o tempo.

Acontece que por não ter participado tão ativamente da minha infância, quando eu tinha 14, minha mãe não me conhecia realmente. E ela era uma pessoa bastante controladora, então quando ela passou a conviver mais comigo e quis dar palpites em tudo o que eu fazia; seja como eu me vestia, as músicas que eu gostava de ouvir ou as coisas que eu gostava de fazer, já era tarde demais. Eu já tinha desenvolvido uma vontade própria e não havia nada que ela pudesse fazer para me moldar. Esse é o primeiro problema que eu vejo na ausência de um dos pais, porque eles se surpreendem e se frustram com o que seus filhos acabam se tornando, e nós como filhos, chegamos a conclusão que não os amamos tanto assim, ou de uma forma diferente que eles esperam.

Demorou muitos anos para que ela entendesse isso, hoje em dia ela já está melhor. Eu também já não moro mais com ela há bastante tempo. E de certa forma, a distância faz com que a gente conviva melhor. Mas, eu penso que a geração passada foi criada com uma ideia de que os pais são seres divinos, que devem ser respeitados acima de tudo, que estão sempre certos, nunca erram. E ela esperava que eu a tratasse como essa espécie de divindade, o que nunca aconteceu. Porque eu trataria assim alguém que falhou tanto comigo?

Por outro lado, a presença demasiada também causam suas consequências negativas. A minha sogra, por exemplo, largou tudo para cuidar do meu esposo e meu cunhado. Nunca trabalhou fora ou teve uma renda própria, porém se separou do marido quando os filhos eram bem jovens. Meu esposo e seu irmão viveram com ela na casa dos avós por anos, ela sempre esteve presente nos principais momentos da vida deles, dando amor, carinho, e controlando suas vidas nos mínimos detalhes. Por ser uma pessoa religiosa, ela os privou de diversas coisas das quais causaram traumas que eles hoje em dia, mesmo sendo homens adultos, lutam para quebrar. E isso é bastante triste e me faz refletir no quanto a maternidade é algo complexo.

A verdade é que filhos precisam de mães presentes, mas que entendem que seus filhos não são uma parte delas, por mais que seja romântico dizer: ‘’Meu filho é uma uma parte de mim.’’ É preciso deixá-los viver a própria vida e fazer suas escolhas. Porém, é preciso admitir que a ausência total costuma ser muito pior para as pessoas que crescem sem alguns dos pais. Vejamos o caso de filhas que crescem sem uma presença paterna, outro tópico muito frequente em consultórios de psicologia. Existe um padrão feminino entre mulheres que cresceram sem a presença do pai, claro que não podemos generalizar, mas na maioria desses casos, mulheres não têm tanta segurança sobre si mesmas, costumam ter relacionamentos complicados, e fazer escolhas complicadas para a própria vida.

Comecei esse texto falando que há 5 anos descobri algo sobre minha relação com minha mãe que definiu minha vida, pelo menos na adolescência. Essa descoberta em questão, tem relação com eu ter percebido que exigia muito mais das minhas amigas do que dos meus amigos. Analisando minha adolescência, percebo que transferir pra minhas amigas o papel de mãe, por ter sentido até aquele momento da minha vida falta de presença materna. É claro que isso foi algo que fiz inconscientemente na época, mas ter percebido isso na vida adulta, esclareceu porque minhas amizades com mulheres sempre foram tão complicadas.

A verdade é que nossa relação com nossos pais define a relação que temos com outras pessoas quando somos mais jovens. Na medida que vamos amadurecendo, convivendo com outras pessoas e tendo novas experiências que constroem nossa personalidade, é que passamos a adquirir um jeito próprio de se relacionar e viver. Mas, isso depende de cada um, e é uma jornada que não é sempre fácil. Na maioria das vezes, não estamos prontos pra perceber que somos iguais aos nossos pais, ou que mesmo depois de tanto tempo, o comportamento deles no passado influenciaram quem somos e como agimos.

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Bzzzrrr! Infância é fundamental para definir quem somos, independentemente da presença ou ausência dos pais. É impressionante como a falta de interferência na infância pode produzir essa formação do eu. Boa reflexão, @aiuna!

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 3 days ago  

Mães presentes sempre ajuda, mas ja vi gente sendo criado por pai e sendo bem saudavel! Acho que sobrecarregar um lado apenas que é o errado!

 3 days ago  

Parents been absent from their children and coming back to act like everything is fine, is so annoying when they want to teach you what you have learned on your own

 3 days ago  

A questão religiosa é um grande limitador de comportamento. As pessoas acabam seguindo dotrina criadas pelo homens, como não usar determinadas roupas, não andar em determiandos lugares, não fazer isso ou aquilo. Sendo, que o realmente importa eles não praticam. Isso tudo de limitar o que a pessoa gosta ou não de fazer acaba mais é atrapalhando do que ajudando.

 3 days ago  

Sim, é verdade. Conheço muitas pessoas que se prendem a essas religiões e acabam nem vivendo a vida direto.

 3 days ago  

Talvez essa sua personalidade forte foi sendo moldada justamente pela ausência da mãe, e eu concordo que isso afeta sim as crianças. Não que seja culpa dela, a questão de precisar trabalhar é subjetivo para cada realidade socioeconômica, também passei por isso mas era meu pai que saia antes de eu acordar e voltada depois de eu dormir.

!BBH

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 2 days ago  

A distância muitas vezes ajuda demais nesses relacionamentos. É bom saber que você e sua mãe estão tendo uma relação melhor do que tinha antes. De fato quando os pais não tem uma participação ativa na vida dos filhos, fica bem dificil de conhecê-los.