Atlético - MG
Atlético-MG foi um dos pioneiros a colocar "mascotinhos" em campo com jogadores; conheça história
Toda criança apaixonada por futebol sonha em entrar em campo com os jogadores do time de coração. Mas, como começou essa história dos "mascotinhos" no futebol? O Atlético-MG foi um dos pioneiros na ação, que iniciou em 1976. O ge conversou com o idealizador do projeto e também com um historiador para desvendar como o primeiro passo foi dado.
A ideia partiu do então relações públicas do Atlético, Ronan Ramos Oliveira. O jornalista trabalhava no Galo e precisava aumentar a arrecadação do clube, além do público que ia ao Mineirão. O projeto tinha um "desejo pessoal" de Ronan, que era de entrar campo.
Mas, diferentemente do que vemos hoje com muitas crianças entrando em campo, a ideia primária era encontrar 11 sósias de atletas do elenco do Galo de 1976. O grupo tinha o argentino Ortiz como goleiro.
Ronan explicou que começou conversando com funcionários do clube para encontrar os "mascotinhos". Sempre em total sigilo, queria que fosse algo surpreendente para o clube e a torcida. Ele foi fazendo a seletiva com crianças que pareciam os atletas, mas seguia faltando o goleiro Ortiz.
— Achei que o mais fácil seria achar um sósia do Ortiz, e foi o mais difícil. Certo dia, estava distraído em um bar conversando com alguns amigos, quando escutei um barulho na mesa e vi dois pés calçados de Kichute. A pessoa estava em pé na mesa. Levantei a cabeça e vi o goleiro Ortiz em pessoa, só que muito mais jovem, uma criança. Era o filho do meu amigo Nicodemos Rodrigues da Cruz — contou ao ge.
Segundo Ronan, o clássico contra o América, no dia 5 de setembro de 1976, foi a primeira vez que o Galo entrou com mascotes em campo. O time alvinegro venceu por 1 a 0 com gol de Reinaldo. Por sugestão do Galo, o Coelho também teve seus mascotinhos na entrada em campo. A obrigação era de que tinha que ter o uniforme completo do Atlético e comparecer ao portão indicado no antigo Mineirão.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Georgino Jorge de Souza Neto, tem uma dissertação com o título a "A invenção de torcer em Belo Horizonte" e é pesquisador de futebol. Para o professor, não é possível garantir que o Galo foi o primeiro a colocar crianças entrando com jogadores, mas ação foi um dos primeiros.
— Na dissertação, trato as questões do mascotes, mas é complicado, documentalmente, dizer que o Atlético foi o primeiro a adotar a prática. Não temos essa informação tão precisa. Não consigo afirmar se Atlético foi pioneiro, mas é possível dizer que os clubes de Belo Horizonte foi um dos primeiros no Brasil a adotar essa prática.