Síndrome de Kessler: por que o lixo espacial ameaça nossa permanência no espaço?
Quando um pedaço de lixo espacial se aproximou da Estação Espacial Internacional em novembro, os sete astronautas a bordo se prepararam para o pior. Uma nave espacial russa acoplada à estação ativou seus motores por cinco minutos, alterando ligeiramente a trajetória da estação e movendo o laboratório do tamanho de um campo de futebol para fora da zona de perigo.
Se a Estação Espacial não tivesse mudado de curso, os detritos poderiam ter passado a cerca de 4 quilômetros de sua órbita, segundo a Nasa.
O impacto de detritos na Estação poderia ter sido desastroso. Uma colisão poderia ter despressurizado segmentos da Estação e deixado os astronautas correndo para retornar à Terra. O mais preocupante: o potencial impacto não é um evento raro.
A Estação Espacial Internacional teve que fazer manobras semelhantes dezenas de vezes desde que foi ocupada pela primeira vez em novembro de 2000, e os riscos de colisão aumentam a cada ano conforme o número de objetos em órbita da Terra aumenta também.
Por anos, especialistas em tráfego espacial têm alertado sobre o aumento do congestionamento. Colisões anteriores, explosões e testes de armas resultaram em dezenas de milhares de pedaços de detritos que especialistas estão rastreando e possivelmente outros milhões que não podem ser vistos com a tecnologia atual. E embora os riscos para os astronautas sejam a preocupação principal, o congestionamento na órbita também é perigoso para satélites e tecnologias espaciais que alimentam nossa vida cotidiana — incluindo ferramentas GPS, bem como alguns serviços de banda larga, internet de alta velocidade e televisão.