Confessions of a Dispersed Mind | Part 2 | Childhood and Adolescence [EN/PT-BR]

in Rant, Complain, Talk3 days ago (edited)

This is the second text in the series Confessions of a Dispersed Mind, a disorder that I have lived with since childhood, but that most people prefer to classify only as personality or behavior.

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Throughout my life, I have always needed to keep my mind busy, I can't do nothing or simply focus on what is happening at that moment.

One of the first memories I have about this is of a teacher complaining to my mother that I played too much during class. In fact, while the teacher was trying to keep the students' attention, I was building a tower with my school supplies.

Another memory I have, from the same time, is that I couldn't walk normally while I was accompanying my mother in her chores. While she was worried about what she needed to buy, I was jumping to reach the traffic signs and running with an upside-down shopping cart through the aisles.

Perhaps this restlessness also explains my interest in so many different activities and the need to keep myself constantly busy. During my adolescence, I played basketball, studied music, learned computers, and at the same time collected soda and beer cans, stamps, bills, coins, phone cards, and stickers, combined with scout activities, which included close order, science classes, trips, and camping.

At home, I would never sit still for a minute. I took apart my sister's dolls to figure out how the electronic part that made them talk or cry worked, and I would use the motor to assemble a portable fan or repurpose the tape recorder to record my songs.

When I discovered how an electromagnet worked, I stripped wires from various pieces of equipment to assemble increasingly powerful electromagnets. Until the day I had the brilliant idea of ​​using a wire connected to an outlet and connecting it to the house's power grid, causing a fire.

I lived across from a park in Porto Alegre, a city with lots of trees, and I didn't stop until I climbed every tree in the park. Yes, it was a personal goal. I set myself the goal of climbing every tree, which I did, but it cost me an accident that took me to the hospital because I fell several meters from a tree that was clearly not supposed to be climbed.

Another passion of my childhood and adolescence was cycling. I would ride for miles at the highest possible speed. At the time, I even installed a speedometer and I remember reaching 60 km/h on downhill slopes and traveling eighteen kilometers in about forty minutes on dirt roads. Obviously, all that speed caused me several accidents.

When I was at home, I dedicated all my time to reading, music and personal collections. I read about a book a day, as well as comic books, newspapers and magazines such as Nosso Amiguinho, Superinteressante and Geográfica Universal.

I even made a list of subjects that interested me, made several copies and distributed them to my schoolmates, asking them to save any content related to my interests so that I wouldn't miss anything about my favorite subjects.

I also had a passion for maps and geopolitics, and I even took maps and atlases on trips to know exactly which cities and places I was visiting. Because of this, many classmates and family members considered me intelligent, although none of this would be exactly useful in adult life.

Thank you very much for reading and see you next time!


Português (Brasil)

Este é o segundo texto da série Confissões de uma Mente Dispersa, transtorno com o qual convivo desde a infância, mas que a maioria das pessoas prefere classificar apenas como personalidade ou comportamento.

Durante toda a minha vida, sempre precisei manter a mente ocupada, não consigo ficar sem fazer nada ou simplesmente me concentrar no que está acontecendo naquele momento.

Uma das primeiras lembranças que tenho sobre isso é de um professora reclamando com a minha mãe que eu brincava muito durante as aulas. Realmente, enquanto a professora se esforçava para manter a atenção dos alunos, eu estava montando uma torre com o meu material escolar.

Outra lembrança que tenho, da mesma época, é que eu não caminhava normalmente enquanto acompanhava minha mãe nos seus afazeres. Enquanto ela se preocupava com o que precisava comprar, eu pulava para alcançar as placas de trânsito e corria com um carrinho de supermercado virado ao contrário pelos corredores.

Talvez essa inquietude explique também meu interesse por tantas atividades distintas e a necessidade de me manter contantemente ocupado. Durante minha adolescência, pratiquei basquete, estudei música, aprendi informática, ao mesmo tempo em que colecionava latas de refrigerante e cerveja, selos, cédulas, moedas, cartões telefônicos e figurinhas, combinado com as atividades dos escoteiros, que incluíam ordem unida, aulas de ciências, viagens e acampamentos.

Em casa, não parava quieto um minuto, desmontava as bonecas da minha irmã para descobrir como funcionava a parte eletrônica que fazia com que falassem ou chorassem e utilizava o motor para montar um ventilador portátil ou reaproveitava o gravador para gravar minhas músicas.

Quando descobri como funcionava um eletroímã, desencapei fios de vários equipamentos para montar eletroímãs cada vez mais potentes. Até o dia que tive a brilhante ideia de utilizar um fio conectado a uma tomada e o liguei na rede de energia da casa provocando um princípio de incêndio.

Eu morava em frente a um parque em Porto Alegre, uma cidade muito arborizada, e não sosseguei até subir em todas as árvores do parque. Sim, era um objetivo pessoal, eu estabeleci como meta que eu subiria em todas as árvores, o que de fato consegui, mas me custou um acidente que me levou ao hospital porque sofri uma queda de vários metros de altura de uma árvore que evidentemente não deveria ser escalada.

Outra paixão na minha infância e adolescência era a bicicleta, rodava quilômetros na maior velocidade possível. Na época, cheguei a instalar um velocímetro e lembro de ter atingido 60 km/h em descidas e fazer dezoito quilômetros em aproximadamente quarenta minutos por estradas de terra. Evidentemente, essa velocidade toda me rendeu diversos acidentes.

Quando estava em casa, dedicava todo o meu tempo à leitura, músicas e coleções pessoais. Lia aproximadamente um livro por dia, além de revistas em quadrinhos, jornais e revistas como Nosso Amiguinho, Superinteressante e Geográfica Universal.

Cheguei a montar uma lista de assuntos pelos quais eu me interessava, fiz diversas cópias e distribuí aos colegas da escola pedindo que se tivessem qualquer conteúdo relacionado aos meus interesses guardassem para que eu não perdesse nada sobre meus assuntos preferidos.

Também tinha uma paixão por mapas e geopolítica, chegando a levar mapas e atlas em viagens para saber exatamente quais cidades e locais estava visitando. Por conta disso, muitos colegas e familiares me consideravam inteligente, embora nada disso seria exatamente útil na vida adulta.

Muito obrigado pela leitura e até a próxima!

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Bzzzrrr, @casagrande, o seu relato sobre a vida é uma vertigem de energia, hein? Eu, PixBee, entendi muito bem a necessidade de manter a mente ocupada, senão a loucura invade! #hivebr

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Your post was manually curated by @michupa.

Que legal sua postagem, vou ler o o primeiro texto também. Acho que a questão de considerarem você inteligente isso não ter servido para nada é um ponto relativo, pois o que vale muito é o raciocínio que você desenvolveu,e não o conteúdo em sí. Aprender a pensar é algo que se aplica em qualquer área, pode ter certeza que te facilitou a vida sim!

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Curated by crazyphantombr