Minha história com os jogos é tão antiga quanto os primórdios do vídeo-game. Uma boa jogatina sempre prendeu minha atenção, desde pequena. O @felipejoys escreveu esses dias sobre a trajetória gamer dele, que acho que foi mais bem-sucedida que a minha. Ele se tornou um jogador competitivo e o cara dos mods, e eu sou a pessoa que compra conta mod pronta e não sei nem instalar um mod num jogo, nem com tutorial. Também não me tornei uma jogadora competitiva, mas creio que aprendi algumas coisas em todos esse anos.
Eu sou tão velha que vi isso virar isso
Mega drive - Nessa época a grande maioria dos mortais não tinha PC em casa. Joguei uma boa variedade de jogos, não tinha um estilo específico que eu gostasse mais. Aprendi o valor da paciência e da persistência, porque os jogos não tinham "save", então acontecia de você perder todo o seu progresso e ter que começar tudo de novo, mesmo que estivesse no finzinho do jogo. Além disso, de tanto jogar, às vezes surgiam bolhas nos nossos dedões, então era preciso enrolar o dedo num pano para não machucar mais ainda. O jogo não podia parar, jamais, mesmo com o dedo em carne viva.
PC - a primeira vez que eu sentei diante de um PC e peguei em um mouse, eu já tinha 12 anos. Isso foi uma revolução na minha vida. Primeiro empolguei com as lutas e tiros, até que descobri os jogos de estratégia. Aí eu aprendi o valor do planejamento e da inteligência. Não basta ter reflexo rápido e coordenação motora precisa, se você não usar o seu o cérebro para pensar previamente cada ação a ser executada. Nos mínimos detalhes. Na prática esse aprendizado pode significar o fracasso total ou sucesso triunfante de uma meta na sua vida.
Play 1 - Meu irmão ganhou um playstation e eu lembro de ter gostado bastante de alguns jogos. Nessa época meu PC ficou ultrapassado e não rodava mais os jogos direito. Acabei migrando para o play mesmo. Aqui eu só aprendi a ser humilde e aceitar a pobreza mesmo. Mas foi um aprendizado valioso em muitos outros momentos da minha vida.
Xbox (360 e One) - Depois do play tive uma pausa de 10 anos(!) sem jogar. Eu fui viver a vida lá fora do quarto; fazer faculdade, namorar, viajar, sair com as amigas, etc. Até que casei e virei mãe. Inicialmente a ideia de comprar o xbox 360 era por causa do meu filho. Mas um belo dia meu marido foi para o trabalho, meu filho foi para a escola, e eu fiquei em casa. Sozinha com o vídeo-game. Gente, isso não deu certo. Pouco tempo depois eu já tava assim:
No meio de uma gangue feminina de biquini, segurando um fuzil rosa choque.
Aprendi com isso que na vida adulta, com tantas responsabilidades, sem tempo para nada e consumidos pelo cansaço, a gente continua sendo criança e merecendo brincar. Juntar os amigos e rir um pouco, porque não? Quem tem filhos inclusive. Várias dessas meninas que jogam comigo são mães, esposas, trabalhadoras, estudantes... mas por algumas horas a gente esquece tudo isso e vira criança de novo. Aprendi que isso é necessário.
E por falar em mulheres, sempre amei a presença de personagens femininas nos games. Sempre aprendi com todas elas. Eu amava todas mas essas 4 foram inesquecíveis para mim:
1 - Princesa Peach: foi a primeira personagem feminina jogável da história dos games. Me ensinou que eu podia ser feminina e aventureira ao mesmo tempo.
2- Tyris Flare: Me ensinou que eu podia colar nos meninos e curtir o rolê de igual para igual.
3- Nina Williams: Me ensinou que a gente não deve descer do salto por nada nessa vida. Nem se você levar uma voadora na cara.
4-Elissa Steamer: Que na verdade é uma skatista de carne e osso, vencedora de várias competições. Me ensinou que não devemos ter medo de nos jogar, pois o chão é o limite e dele a gente nunca passa.
Mas também sempre existiram as personagens femininas não jogáveis, e elas quase sempre são muito parecidas
Eu vi a evolução das stripers, e com elas eu aprendi que - mesmo após quase 20 anos (Duke Nukem 1996/GTA V 2013) - para alguns homens, a mulher continua valendo quase nada.
Querendo ou não os games são produtos da nossa cultura, de forma que ao jogarmos podemos perceber tanto os elementos construtivos e positivos como também seus subprodutos
O Duke Nukem novo é uma sátira mal sucedida do original. Li que o conteúdo adicional é legal. Hoje em dia, para um jogo de sucesso, a personagem feminina de aparência sexualmente vulgar precisa ter classe pro jogo não ser um fracasso. Ex: Quiet.
Eu só conseguia jogar Mario Bros 2 com a Peach, mesmo. Essa flutuada era uma maravilha. Já o Toad era impossível de controlar.
Digamos que a voadora dela deve doer muito mais que o normal...
Então, eu tenho um pouco de resistência em relação à essas edições mais recentes, tanto do Duke Nukem quanto do Doom. Me sinto um pouco velha ranzinza, sabe aqueles papos de "na minha época era melhor"? Hahaha, tipo isso.
Concordo com você, a flutuada da Peach era tão boa que eu não acreditei quando tiraram a princesa no Mario Bros 3. Mas aí inventaram a pena né. Sem a pena eu não consigo jogar. Rs
Duke Nuvem novo é ruim, é pra ter resistência mesmo. Já o Doom é bom. Não é meu tipo de jogo, mas é bom.
Mario Bros 2 não era Mario de verdade, a Nintendo comprou um jogo pronto de alguém porque não conseguiu fazer nada original em bom tempo, trocou a imagem dos 4 personagens principais e lançou.
Noossaa! Que nostálgico isso (:
Eu tive um contato bem cedo também... Tanto os consoles quanto o PC. Mas eu sempre gostei mais de PC...
Quando joguei AoE a primeira vez pirei também, acho que é meu jogo favorito hoje hahahahaha especialmente o The Age of Kings hahahah
Gostei do seu post
Oi Danni! AoE é super bom, mas tem que ter tempo né, aquilo ali envolve a gente de um jeito que as horas passam e a gente nem vê. Rs
Primeiramente, seja bem vinda aqui na steemit @aliny!! Desejo que sua trajetória aqui seja produtiva e satisfatória!!
Depois, quero dizer que é bem bacana ver a sua história, que mostra que jogos são para todas as pessoas, e todas elas merecem poder jogar.
A minha trajetória com jogos começou no pc, logo no lançamento do pentium III aqui no Brasil, e um dos primeiros jogos que tive foi um jogo chamado Urban Chaos de 1999, que tinha como personagem principal a policial D’Arci Stern, e era um jogaço guardadas as devidas proporções, com cenário interativo, pancadaria e tudo mais, tinha algumas limitações, mas foi um jogo que investi boas horas perseguindo suspeitos, dirigindo carros e jogando latinhas.
Também tive acesso ao jogo Fifth Element em que tinha a protagonista Leeloo junto com o policial Korben Dalas, e apesar de não ter terminado a contento, foi um bom jogo.
Além disso também joguei muito Tomb Raider, e agora parando para pensar, percebo que apesar de ter uma certa sexualização dessas personagens, comecei a minha caminhada na vida de jogador de games jogando jogos com mulheres fortes.
Depois com o passar do tempo descobri os jogos de estratégia, que são um dos meus maiores focos até hoje, e me ensinaram muito!!
Realmente é bem interessante ver como os games evoluíram com o passar dos anos, e estou expectante para ver os próximos passos!!
Grato por compartilhar a sua trajetória conosco!!
Oi Paulo, obrigada pelo comentário e pelo incentivo! Nossa, vou confessar que eu era péssima em Tomb Raider, eu ficava dias presa numas partes das fases, sem saber o que fazer para sair dali kkk. Que vergonha rs. Olha, eu fico vendo esses jogos de hoje em dia e já fico tão maravilhada, que eu não consigo nem imaginar como será no futuro. Mas com certeza vai ser muito louco. Obrigada por contar um pouco da sua história também : )
Eu era muito ruim no Tomb Raider também, nunca terminei, ficava frustrado porque mesmo pegando detonado muitas vezes errava os pulos e tudo mais. O da D'arci eu terminei, 2 vezes, e ficava jogando muito algumas missões spin off que tinha. É um jogo que pretendo revisitar no futuro(tem no gog). Enfim, grato pela resposta!!
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