Na última semana a Suprema Corte brasileira consolidou um acordo entre os bancos e os poupadores por um fato ocorrido no fim dos anos 80 e início dos anos 90, quando os investidores tiveram perdas financeiras por politicas econômicas equivocadas do Plano Collor e Plano Bresser. Neste período a inflação brasileira chegou a bater 1.782% ao ano. Isto mesmo, mais de 1.700% de inflação!
Os governos deste período tentaram de tudo para controlar os preços na época: congelaram preços de produtos, salários e talvez a mais drásticas das medidas: Confiscou a Poupança de milhões de brasileiros.
A solução para as perdas deste período caótico de nossa economia demorou mais de 30 anos, com um acordo entre os bancos e a Associação Brasileira de Poupadores. Acordo longe de ser o ideal, já que não contempla todos os investidores que tiveram perda naquele período, por não devolver o valor integral da perda financeira e a morosidade de 30 anos da justiça brasileira fez com que muitos poupadores que teriam direito a este acordo já terem morrido, que pode aumentar os custos estatais para reabertura de inventários para que seus herdeiros recebam os valores do acordo.
E onde o Bitcoin entra nesta historia?
O Bitcoin e outras criptomoedas são recursos não administrados por bancos centrais e governos. Hoje a inflação na Venezuela chega a 300% ao ano que faz seus cidadãos recorrerem ao Bitcoin para preservarem suas economias. O Bitcoin se tornou uma alternativa para as pessoas do mundo de escaparem de politicas econômicas abusivas que geram perdas aos seus cidadãos. E entendam bem que isto não é sonegação, é preservação!
Ao ler estudos sobre Bitcoin de bancos centrais de países que buscam o bem-estar social, como da Finlândia, vemos que não mencionam risco de sonegação pelo uso do Bitcoin, pois em Estados em que os impostos retornam ao povo, o Bitcoin não é uma ameaça. O Bitcoin só será uma ameaça a governos que são incapazes de oferecer o mínimo de serviços basicos e segurança econômica a seus cidadãos.
Não acredite que tais politicas repressoras nunca mais ocorrerão no Brasil. Recentemente, em nossa vizinha Argentina, a ex-presidente Cristina Kirchner utilizou dos mesmo recursos de congelamento de preço e limitação de saques das contas bancarias para controlar a inflação do país.
Em suma, o Bitcoin e as criptomoedas são e permanecerão durante muito tempo como uma defesa do povo contra politicas econômicas austeras e opressoras da riqueza do cidadão. Não enxergar estes benefícios da tecnologia blockchain é se entregar a um sistema centralizado onde você sempre terá que confiar na honestidade, boa vontade e humor dos verdadeiro controladores dos seus bens para preservação de seu patrimônio.
Concordo plenamente. Tenho uma dúvida em relação ao marco civil, se o governo conseguiria barra de alguma forma, as negociações de cripto de forma direta? como fizeram com o WhatsApp tempos atrás, por ser um sistema descentralizado, e não entender mt de computação, to com essa questão na cabeça há um tempo.
Creio que não! Não há quem proibir!
Se fosse a Ripple, que é empresa (hehehe) sim, mas organizações descentralizadas acho quase impossível. Não somente por não ter dono, ok, mas por ser distribuído. Você pode restringir alguns usuários, mas teria que restringir todos. Trata-se do conceito de Paul Baran de Comunicação Distribuída.
Valeu cara, muito boa sua explicação! Obrigado pela atenção.
Completamente!!!!!!
Tenho arrepios quando lembro dessa época. Pessoas tiveram que entrar na justiça para, por exemplo, liberar seu dinheiro para pagar uma operação cara de um parente. Uma questão que nunca me responderam é: fundos de investimentos são tão "acessíveis" à manobras governamentais quanto a poupança, ou seja, o governo pode confiscar valores investidos em fundos de investimentos? Parabéns pelo artigo!
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