No último texto trouxe a visão de Platão acerca do Estado, hoje trarei Aristóteles, é uma visão que não diverge muito de Platão, mas existem algumas distinções e principalmente um ponto crucial que Aristóteles vê como falho na visão de Platão.
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Para Aristóteles, o Estado não era a idealização da unidade e não deveria servir apenas como um “gerenciador” de felicidades, o Estado deveria sim, ser uma “conjunção”, pois sem a felicidade dos membros que compõe o Estado, este também não poderia “ser feliz”. Vale aqui ressaltar que ele fazia distinção entre política e Estado.
“Zoon Politikón”, o homem é um animal político pois precisa viver em sociedade, ou seja, a política é a lei moral social de convivência, as pessoas que não se adéquam à política ou são desagrados da sociedade ou seres divinos.
Já o produto final do Estado é a virtude, o papel principal do Estado é a formação moral dos cidadãos através da educação, mas não qualquer educação, uma educação que valorize o direito privado de cada um, inclusive às propriedades, que valorize a família e formação do ser humano social. Criticava a educação de Esparta pois apenas criavam guerreiros. Penso que se vivo atualmente criticaria a educação profissionalizante, pois essa versa basicamente em criar “robôs” e não seres pensantes.
Portanto, o Estado era a virtude, a política a lei moral social e a ética as leis morais individuais que deveriam ser respeitadas. Vale lembrar que era um defensor da escravidão, mesmo a escravidão na Grécia antiga não sendo aos moldes do que sabemos que houve no Brasil, era uma cessação de direitos, portanto, o que citei acima, valia apenas para os cidadãos da Pólis, estrangeiros e escravos não faziam parte disso.
Continuando, o bem-estar individual não era superior ao coletivo, a coletividade deveria ser superior e apenas com a existência do Estado que esse “bem-estar coletivo” seria possível, pois seria este que educaria e prepararia as crianças e jovens para o convívio social.
Mas o Estado era composto por diversas comunidades, a primeira delas a familiar, composta pelo casal, filhos, bens e escravos. Outras comunidades seriam as vilas, que já seriam a somatória de diversas famílias e por fim a Pólis, que seria a junção de todas as vilas. A Grécia antiga não era como hoje, um país com vários estados, era constituída por “cidades/estado”, Atenas era uma, Esparta outra e por aí vai.
Quanto ao sistema de poder, cita três com seus contrapontos. A monarquia que pode levar à tirania pois é o governo de um só. A aristocracia que pode levar às oligarquias pois é o governo de um grupo. A democracia que pode levar à demagogia já que é escolha da maioria. Era favorável a uma república democrática como era em Atenas, mas frisa que cada sociedade deve escolher seu sistema.
Por fim, o estado não possuía unicamente a função da virtude e educação, deveria também, para o bem-estar e felicidade de todos, prover a segurança dos cidadãos, a defesa e o crescimento da Pólis e as necessidades materiais das pessoas. Com tudo isso, acreditava Aristóteles que as pessoas da Pólis poderiam chegar à virtude, que para ele, apenas o virtuoso poderia ser feliz.
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