Equipe olímpica brasileira com os líderes e os professores na IOAA 2019, na Hungria. (crédito: OBA)
Aconteceu na cidade de Keszthely, na Hungria, entre 2 e 10 de agosto, a 13ª IOAA - International Olympiad on Astronomy and Astrophysics. A competição, destinada a estudantes do ensino médio, reuniu 254 jovens de 47 países, recorde de delegações na história da olimpíada.
O Brasil esteve muito bem representado no evento internacional e trouxe três medalhas de bronze e duas menções honrosas! A competição olímpica, de altíssimo nível, envolveu provas teóricas, práticas, e de análise de dados, o que maximiza a importância da conquista brasileira no contexto mundial!
Giovanna Girotto (16 anos, São Paulo, SP), Luã de Souza Santos (17 anos, São Paulo, SP) e Raul Basilides Gomes (17 anos, Fortaleza, CE) conquistaram medalha de bronze. Bruna Junqueira de Almeida (16 anos, São Paulo, SP) e Lucas Shoji (16 anos, São Paulo, SP) receberam menções honrosas.
A delegação brasileira foi liderada pelos astrônomos Dr. Eugênio Reis (Observatório Nacional) e Dr. Júlio César Klafke (UNIP). E contou com os professores acompanhantes Thiago Paulin Caraviello (Colégio Etapa/SP) e Heliomárzio Rodrigues Moreira (Colégio Farias Brito/CE).
Como é feita a escolha da equipe olímpica brasileira?
Plataforma "Astroeducadores" no estilo EAD onde os melhores alunos da OBA são treinados/selecionados a cada ano.
Os estudantes que defenderam o Brasil na competição internacional 2019 foram selecionados dentre os mais de 100 mil participantes da prova de nível IV da OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica em 2018.
Numa primeira “peneira”, a partir da prova oficial da OBA, cerca de 5.300 estudantes foram convidados para um curso à distância na plataforma Astroeducadores. Neste curso on line, depois de três provas, e numa “peneirada” ainda mais rigorosa, restaram 150 estudantes de todo o Brasil classificados para as provas presenciais depois das quais, finalmente, foram selecionados os 30 melhores jovens estudantes de Astronomia e Astrofísica do Brasil do ano passado.
Estes 30 jovens ainda passaram por 2 treinamentos classificatórios para a escolha da equipe e mais uma semana de treinamento intensivo com astrônomos no Observatório Abraão de Morais em Vinhedo, interior de São Paulo, durante o primeiro semestre de 2019. A programação didática contou com grupos de estudos, oficinas de atividades e observação do céu noturno com e sem instrumentos, a resolução de exercícios e a realização de provas simuladas, além da construção e lançamento de foguetes de garrafas PET. O grupo também contou com o Planetário Digital Móvel da OBA para estudar o céu por meio de projeções/simulações.
Dá para imaginar o nível da molecada depois de tantas provas e tanto treinamento? Medalhas em competições olímpicas internacionais, de alto nível, não vêm de graça!
Quem bancou a equipe brasileira na IOAA 2019?
Como no ano passado, na edição da IOAA realizada na China, a participação da equipe brasileira na Hungria foi financiada com recursos disponibilizados, via edital, pela Finep - Financiadora de Estudos e Projetos.
E quem organiza a IOAA?
A IOAA é reconhecida pela IAU - International Astronomical Union, a União Astronômica Internacional.
A organização exige que cada país se comprometa a sediar uma edição da olimpíada, arcando com todas as despesas relativas ao evento, podendo receber apoio de diferentes setores da sociedade.
A OBA é organizada por uma comissão formada por membros da SAB - Sociedade Astronômica Brasileira e da AEB - Agência Espacial Brasileira .
Meninas na Ciência!
Num mundo inegavelmente machista, onde até na Ciência a presença de mulheres é menor do que a de homens, temos que comemorar que na equipe olímpica brasileira de 2019 tivemos duas meninas, número ainda assimétrico em relação aos meninos, mas um recorde!
E devemos enfatizar que as duas meninas, Giovana e Bruna, voltaram para o Brasil premiadas com bronze e menção honrosa respectivamente, com eu já disse lá em cima no meu texto.
Parabéns a todos, meninas e meninos! Como professor, fico orgulhoso quando a educação eficiente funciona!
Mas, que me desculpem os garotos: as medalhas femininas têm um charme diferente! Torço para que o número crescente de medalhistas femininas nas competições olímpicas nacionais e internacionais signifique, de fato, participação cada vez maior das mulheres na Ciência tão carente do olhar feminino!
Vale destacar ainda as conquistas de outras garotas que defenderam de forma brilhante o nosso país em edições anteriores da IOAA:
2008: Cindy Yuchi Tsai (São Paulo, SP)
2010: Tabata Amaral¹ (São Paulo, SP)
2013: Larissa Fernandes de Aquino (Recife, PE)
2019: Giovanna Girotto
Equipe olímpica brasileira na IOAA 2019, na Hungria. (crédito: OBA)
Meus alunos no páreo para 2020!
Prova da OBA realizada pelos meus alunos do Colégio Anglo São João, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo.
Meus alunos do ensino médio participaram da OBA 2019. Somos "frequeses" desta incrível olimpíada estudantil desde sempre!
E devo dizer, com orgulho e felicidade, que tenho 13 deles convidados para a maratona on line na plataforma Astroeducadores que vai selecionar os estudantes que defenderão o Brasil nas olimpíadas internacionais de Astronomia e Astrofísica 2020. São 9 estudantes do Colégio Anglo em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, e 4 do Centro Educacional Inovação em Poços de Caldas, interior de Minas Gerais.
Em breve farei post sobre os meus campeões!
Abraço do prof. Dulcidio. E Física (e Astronomia) na veia!
Este texto também foi publicado no Física na veia! | UOL Ciência neste link.
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
Obrigado! Valeu!