Saudações, querida senhorita aliny
Gostei da tag que você inventou einh. Realmente, crescer sem referência positiva é algo muito ruim. Noto que esse discurso da redução da maioridade penal é higienista, pois, quer apenas retirar de circulação o que traz dano á sociedade. Por um lado eu concordo e em outro eu discordo. Eu não consigo ter a visão da esquerda de ser totalmetne á favor dos direitos humanos, nem a visão da direita que aplica direitos humanos para "humanos direitos". Acho as duas visões sobre isso extremistas. Nesse caso que você citou, especificamente esse garoto com drogas, poderia receber uma educação com boas referências para crescer como indivíduo. Eu não me lembro o nome do filme, mas, há alguns anos, vi um filme na tv sobre um garoto de rua que furtava ser transformado em um escritor, ao entrar em contato com uma antropóloga francesa que cuidou dele, quando ele invadiu a casa dela... Talvez você conhece essa filme, é baseado em um livro, em que o próprio escritor conta sua história.
Nesse caso do filme e livro, ocorreu uma bela transformação. Aí, eu fico mais próximo á esquerda. Eu sei muito bem a diferença entre ter uma formação sólida no meio familiar ou, crescer em família com alto índice de vulnerabilidade. Quem cresce em famílias assim, fica exposto á muitas coisas ruins que as pessoas que não crescem não entendem, pois, não está no mundo delas. Eu mesmo não entendia antes de fazer psicologia, então, não julgo os que não entendem, porém, sei que traz muito sofrimento á vida desse pessoal.
Porém, olhando o outro lado, á jovens que, ou possuem índole má por questões relacionadas á psicopatia/sociopatia e foram expulsos da família, indo morar na rua, ou , jovens que introjetaram muita violência, como esses relacionados á trafico. Ser assaltado e violentado de alguma forma por esses jovens, que portam fuzil por exemplo, é o que faz com que eu não tenha uma visão tão "boazinha" como tem a esquerda, pois, eu já sofri em torno de 7 tentativas de assalto. Umas 3 ou 4 foram de menores de idade. Nenhum deles foi "bonzinho". O assalto não se consumou, pois eu consegui desviar de alguma forma, ou saindo correndo ou vendo que seria assaltado antes e desviando... mas, de uma forma ou de outra, eu vi nos olhos deles, principalmente os 2 com arma de fogo, que eles não estavam ligando muito para minha vida não... se fosse preciso, possivelmente iriam me ferir feio....
Então, eu sou do centro nessas questões. Inclusive, na maioria das questões da vida, me coloco de uma forma mais central. Acho que cada caso é um caso. Nesses casos de jovens infratores, o Estado poderia verificar um a um, com ajuda de psicólogos e assistentes sociais , a possibilidade da criança ser ou não reeducada ou realmente reclusa.... Mas, para isso, é necessário tempo, muitos profissionais, muita dedicação e dinheiro envolvido. Acho que o estado não quer gastar toda essa "energia", então, é mais fácil "limpar" o meio onde o crime ocorre....
Desculpe pelo tamanho da resposta, mas, eu acho esse assunto que você colocou bem interessante e eu já havia pensado nele!!!
Obrigado e boa noite
Olá @julisavio, não se desculpe pelo tamanho da resposta. Acho muito bom quando traz tantas reflexões, assim acrescenta novos pontos de vista à discussão. É sempre bem vindo. Eu não conheço esse livro e o filme, não que eu me lembre. Vou pesquisar depois sobre.
Mas é isso mesmo que você disse. Assim como você eu também consigo ver os dois lados da questão e também acho que cada caso é um caso. Acho que algumas pessoas chegam num ponto em que não podem mais ter liberdade sem algum tipo de acompanhamento sistemático (tenho muita dúvida sobre a "internação", às vezes tenho a impressão que é só um adiamento de um novo "confronto" desse adolescente com a sociedade), porque a chance de reincidirem ou agravarem sua conduta é muito grande. Mas também existem aqueles que só estavam esperando a oportunidade de fazer um curso, serem encaminhados para um programa de aprendizagem, etc. Não é tão fácil para eles correrem atrás dessas coisas sozinhos, quando foram criados por pessoas passivas e submissas ao contexto social onde estão inseridas. Mas sua conclusão é perfeita. Na dúvida e na falta de vontade de fazer a coisa direito, o Estado opta pela faxina. Mas até a faxina é mal feita, porque em pouco tempo a "sujeira" volta, e muitas vezes mais difícil de limpar. Complicado. Obrigada por ter vindo.
Sua frase acima citada explica perfeitamente porque acontece o tipo de atrocidade descrita nesse post.
Você tem razão, nosso estado, seja de "centro" ou de "direita", e muitas vezes mesmo de "esquerda", não quer usar seus recursos para o básico da população, preferindo atrapalhar e tirar a vida de quem deveria estar cuidando. Porque nosso estado é extremamente corrupto.
Afinal, esse mesmo governo só quer favorecer gente que nem você, que usa seu tempo livre pra digitar um discurso de 4 parágrafos sobre como "as coisas vão ficar assim mesmo", mas que tem dinheiro suficiente pra trocar "favores financeiros" com eles.
E mesmo sendo o ultra-favorecido, você nem sequer gasta um votinho sequer nesse post da @aliny, que como ela disse, é assistente social, e luta para que gente como esse menino de 11 anos possa mudar de vida e deixar de ser criminoso, apesar disso te beneficiar diretamente.
Afinal, você pensa igual ao seu governo, não é mesmo? É mais "fácil" empurrar a "sujeira" pra "debaixo do tapete"...
@felipejoys eu entendo que a cadeia das relações sociais é deveras complexa e isso inclui a todos nós. Mas as ligações de toda essa cadeia e suas interdependências, do começo ao fim, não são tão óbvias para todos. Aqueles poucos que conseguem perceber isso são os únicos capazes de suberter a lógica padrão das relações sociais contemporâneas. Tarefa de formiga...