Boa tarde pessoal!
Hoje resolvi retornar a origem da psicologia, faço esse exercício de retornar aos princípios dos saberes, como estudo, e para não me perder dentro do conhecimento atual, me atendo a referências que estruturam meus estudos.
E inicialmente iremos percorrer o inicio dos questionamentos sobre o próprio saber, que é a base do conhecimento que molda nossa cultura ocidental, a Filosofia grega.
E lembro que não é um estudo propriamente de filosofia, é a origem da base filosófica, no contexto da busca do saber da lógica do pensamento, na perspectiva da construção endereçada ao funcionamento mental.
Foto Ilustrativa - Pixabay
No mundo ocidental antigo, estamos falando de milhares de anos antes de cristo, é conhecido relatos sobre reflexões, subjetividades e pensamentos, porém sempre muito marcado pela estruturação religiosa no amplo sentido da palavra.
Em documentos históricos, ficou mais evidente na Grécia antiga, que a Filosofia começou a se desligar da religião, e começou a ter uma trato mais metódico.
Alguns autores acreditam que a Filosofia, da reflexão sobre o ser, e seu funcionamento mental deu origem a lógica da psique, e assim a Psicologia como ramo da Filosofia.
E supõe-se que essa origem se deu na Grécia, talvez por não haver naquela época, uma Teologia suficientemente forte, organizada e poderosa, pela diversidade de crenças, onde não haveria um dogma dominante, estruturando aquela comunidade, onde seu sábios começaram a questionar a existência e as relações humanas.
Vários povos e comunidades do ocidente ao oriente, tiveram reflexões e elaborações de sabedorias, que foram importantes para desenvolvimentos de Matemática, Agronomia, Astronomia, porém nos questionamentos da própria sabedoria, do saber humano, a maioria contentava-se com as “verdades reveladas”.
“Verdades reveladas” é um termo que vem de encontro, ao já sabido culturalmente, as crenças místicas, lendas, superstições, que tradições perpetuavam e passavam de geração em geração, sem questionar suas bases, não era necessário ou possível, ou não temos relatos que sustentem esses questionamentos, em proporções culturais dessa época muito antiga.
A Filosofia ocidental, no berço grego, marca-se seu início no período pré-socrático, em uma busca de conhecer a origem do mundo, o que hoje vem sendo questionado por alguns autores modernos, que sustentam o inicio do pensamento existencial que já datavam nessa época, e não a partir de Sócrates, de qualquer forma, essa busca da natureza das coisas, do universo, marcava algo que até então, historicamente era pouco discutido, os primórdios do pensamento reflexivo elaborado, para além do já sabido.
Nessa busca temos nessa época as reflexões, elaborações e questionamentos, na busca dos elementos (Thales, Anaxímenes), nos números (Pitágoras), no vir-a-ser (Heráclito), ou nos átomos (Demócrito).
O período pré socrático em função a importância do pensamento socrático, e do próprio Sócrates, utiliza o prefixo pré, mas é importante nos atentarmos a profundidade do pensamento pré socrático, e sua evolução nos períodos posteriores.
Desse período temos acesso a seus trechos por meio de fragmentos, onde alguns autores consideram que a maioria dos textos, poderiam ter sido em grande parte destruídos, já que é sabido de outrora, que o saber é sempre perigoso.
E também lembro da escrita dos trechos serem de difícil interpretação, tanto pelo dialeto, quanto pela escrita sem pontuação e consequentemente sem saber sua escansão, deve-se ter muito cuidado com as traduções. E mesmo com as interpretações, discutidas até hoje.
Citação de Heráclito por Hipólito:
Deus é,
dia-noite, inverno-verão,
guerra-paz, riqueza-fome,
(todos contrários: o intelecto é isso)
Ele toma formas variadas, assim como [o fogo]
que, quando se mescla a fumaças,
recebe um nome conforme ao gosto de cada um.
Fragmento de Heráclito trazido por Sextus Empiricus:
“O Logos, isso que é
sempre os homens são incapazes de compreendê-lo
tanto antes de ouvi-lo quanto após tê-lo ouvido pela primeira vez,
Pois ainda que todas as coisas nasçam e morram segundo esse Logos,
Os homens são como inexperimentados quando eles se exercitam nas palavras ou nos atos,
Tais como eu os explico
Segundo sua natureza separando cada um
e expondo como ele é”
Tradução dos trechos do francês para português por Fernando Tenório e Sylvia Morard.
Continuarei essa série em construção por partes, Obrigado pela leitura!
Bibliografia:
- A. L. Nobre de Melo, Psiquiatria, Psicologia e Geral e Psicopatologia - Vol 1 - Editora: Guanabara
- Retorno a Schereber - Charles Melman - Editora: MCM
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