Aprendizado passivo? Nunca mais!

in #pt7 years ago (edited)

Iniciando as postagens voltadas para o intuito de ter criado isso aqui, hoje falarei um pouco sobre algo latente em minha realizada: Aprendizado passivo x Aprendizado Ativo.

Todos nós estamos totalmente habituados àquela velha maneira de aprendizado: horas e horas de aulas intermináveis e cansativas, a medicina com aulas durante o dia todo, aquela dependência total do professor e até uma certa limitação quanto ao conteúdo que adquirimos, pois ficamos intimamente dependentes dos professores e de suas longas aulas expositivas.

Até então ok, estamos nós acostumados a vida inteira com tal método, e de certa forma, inclusive eu, achava satisfatório o rendimento através dele. Foi aí que minha realidade mudou e quero passar um pouco disso pra vocês levarem.

Ao entrar na faculdade de medicina, um dos primeiros dilemas existentes, é uma velha disputa entre a metodologia tradicional de ensino (já citada aqui) e o PBL (Problem Based Learning), na qual minha faculdade optou.

Esse novo sistema de aprendizado, basicamente tira o aluno de sua passividade diante do ensino, e o coloca de certa forma no centro do processo de aprendizagem, em que seu rendimento não depende apenas de sua postura passiva, por exemplo, no foco em uma aula, mas de sua capacidade de se tornar autônomo diante dos conteúdos abordados.

Pasmem: em meu semestre atual, curso 3 eixos diferentes, cada um com suas especificidades, e juntos, eles me "dão" 3 AULAS "expositivas" durante toda a semana!

Sim, você deve estar se perguntando como um curso com uma carga teórica tão densa consegue ser feito apenas com "3 aulas por semana", e a resposta disso é simples: aliando prática à teoria. Nossas matérias consideradas "tradicionais" como anatomia, histologia, fisiologia, não são ministradas, salvo exceções por professores em aulas, mas sim pelos próprios alunos em grupos!

Pois é, nos reunimos 2 vezes por semana, nos chamados grupos tutoriais (compostos por 8 a 10 alunos e um tutor/professor), durante 2 a 3 horas, e recebemos um problema em um texto, e tiramos deles os objetivos a serem discutidos para a próxima sessão! E o que isso nos trás de beneficio? Autonomia - nós temos que correr atrás do conteúdo a ser estudado; Independência - apesar da discussão se manter em certo nível, nós temos a autonomia para buscar informações complementares e relevantes daquele assunto para levar à discussão; Relação - como estamos em um grupo, e falamos em grupo (somos avaliados por isso) , nós precisamos aprender a hora de inserir em uma discussão, de respeitar a vez do colega e até mesmo a forma com que falaremos o que estudamos.

Você deve estar questionando, que 2 vezes por semana e com 3 aulas de 2 horas, nós temos muito tempo livre, correto? Pois é, a realidade é outra: durante as outras horas que poderiam estar vagas, nós estamos aliando a teoria discutida em tutoria e em algumas aulas à prática, seja dentro do hospital e da Unidade Básica de Saúde.

Além disso, contamos com dinâmicas e discussões de casos clínicos semanais acerca de determinados temas, tudo com o intuito de nos tirar de nossa passividade inerente causada por um sistema de ensino antigo para nos tornamos, pró-ativos, independentes, corajosos e autônomos.

Nada disso tem sido implantado à toa, tem sido baseado em artigos e estudos, e por isso deixarei alguns artigos e links aqui para você caso tenha se interessado e queira aprofundar, fazer a leitura deles. E aplicação dessa metodologia não se restringe apenas à minha área, podendo ser aplicada em diversos ambientes.

Vamos sair de nossa passividade!


Links: http://revistathema.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/viewFile/404/295 http://www.abed.org.br/arquivos/Metodologias_Ativas_alem_da_sala_de_aula_Enilton_Rocha.pdf