Os dois casos têm uma diferença importante: no primeiro, não há agressão alguma. No segundo sim.
Os caras brincando com a russa estavam brincando e expressando uma opinião. Não a agrediram, não a forçaram a nada. Apenas brincaram.
Podemos achar a brincadeira babaca, estúpida, ou engraçada. Ao acharmos bom, ou ruim, estamos também tendo uma opinião.
No segundo caso o cara invade a propriedade privada da jornalista. Isto é agressão. É sempre errado. Se a jornalista devolvesse uma bela de uma paulada no cara, estaria agindo em defesa de sua propriedade privada recém invadida.
Em suma: opinião é livre. Podemos discordar, concordar, ou nem ligar. Agressão? Não tem justificativa (a não ser em defesa).
Eu acho que existe a agressão física, obviamente, mas também a agressão verbal. Pra mim ambas são igualmente agressões, só mudando a forma de agir.
Sim. Se o tratamento for diferente, podemos “aceitar” a existência de uma “agressão” verbal. O tratamento em relação à um ataque verbal pode ser um contra ataque também verbal.
Parando por aí, tudo bem. Fica tudo no âmbito da opinião.
O problema é quando se misturam as coisas e se contra ataca de uma ofensa com o uso da força (agressão), que obviamente viola a propriedade privada da vítima da violência.
Mas aí tem um problema que é a reparação do dano causado. Muitas vezes uma agressão verbal pode causar um dano que não pode ser reparado apenas verbalmente. E é por isso mesmo que equiparo o potencial do dano moral verbal a qualquer outro dano.
O “dano”, no caso de ataques verbal, é subjetivo, logo não pode ser medido nem comparado. Este fato, por si só, volta a colocar a questão no âmbito da disputa de opiniões.
É claro que alguém, João, por exemplo, pode se abalar ao escutar algo que não gostou. Mas isto é subjetivo, é exclusivamente relacionado ao João, naquele momento e totalmente dependente dele e exclusivamente dele.
Eu posso escrever algo sem qualquer intenção de te ofender, por exemplo, é você assim mesmo se sentir ofendido. Se te for dado poder para me punir, a tal punição me fará seu escravo, já que sua interpretação estará pautando a minha vida.
Assim, costumo dizer que não existe agressão verbal. Existe discurso chato, odioso, bacana, babaca, inspirador etc. O resultado de todos eles são subjetivos em relação ao “ouvinte”.