Entendi! Então, como expliquei, sempre escrevia relatos logo após o uso, algumas vezes até tentei escrever durante a experiência mas não tinha como se manter numa linha prática de raciocínio comum. Então, quando eu "voltava", tão cedo quanto possívle fazia o relato detalhado de emoções, sensações e aprendizados que recebia, ainda que sempre muito sintéticos, resumidos e mal elaborados. Hoje em dia, ao re-escrever este conteúdo eu estou me utilizando da memória para com as experiências da época juntamente com a leitura dos relatos antigos e também me baseando num arcabouço de informações conhecidas a respeito da substância.
Entendi ainda que de forma limitada sua explicação sobre os mecanismos das substâncias, e compreendo a complexidade com que lidamos para tentar entender o funcionamento delas em nosso corpo. Tive boas conversas com um psicólogo aqui de minha cidade e ele me mostrou de forma clara a respeito dessas questões de como funcionam os antidepressivos. Tive a "oportunidade" de experimentar um tratamento de curto prazo (6 meses) de Venlafaxina, foi de grande importância para minha saúde mental em determinada fase da vida, porém o maldito efeito da sudorese imensa me fez decidir interromper o tratamento, estava se tornando insuportável mesmo, exagerado, fora do normal. No mais, posso dizer que nunca me senti tão bem, tão sintonizado e tão dentro do que deve ser "se sentir normal". Tudo melhorou com ela, menos o desejo sexual, haha.
Depois de uma retirada muito, muito difícil, tentei a sertralina, mas foi 3 dias de enxaqueca destruidora. Larguei mão e decidi enfrentar a vida como vinha enfrentando antes da psiquiatria, hehe. Mas tenho um real interesse e carinho pela medicina psiquiátrica, acho que é de uma ajuda incrível para nós.
Ah, tentei encontrar algo mais aprofundado a respeito do funcionamento da psilocibina na cabeça, dá uma olhada se isso ajuda, é bem mais detalhado e específico:
http://rsif.royalsocietypublishing.org/content/11/101/20140873
Tem esse tambem, pelo Sci-hub, se não abrir me avise que dou um jeito:
https://sci-hub.tw/10.1016/0378-8741(94)90006-X
e por fim, esse: Farmacologia da psilocibina
http://www.maps.org/research-archive/w3pb/2002/2002_Passie_22704_1.pdf
Veja que estou falando sobre a psilocibina e não a mescalina (que seria deste post) por que ela, como lhe falei, hoje é considerada a principal substância a ser estudada com menos preconceito.