Por mais que a Filosofia seja a “mãe” de todas as ciências, e eu penso que ela deva estar sempre aliada aos conhecimentos e avanços científicos para ter sua “práxis” validada, acabei por escrever pouco acerca desse tema. O surgimento da tribo StemGeeks me deu um alento nesse aspecto e provavelmente escreverei mais a respeito, mas como o texto é sobre as irmãs Voyager, então vamos lá.
Modelo de teste da Voyager com sua plataforma de varredura, este modelo não foi ao espaço. Foto de 03/12/1976 Fonte: NASA
As sondas Voyager foram lançadas no final da década de 70, em 1977 para ser mais específico, a V2 foi a primeira a ser lançada no dia 20 de agosto, enquanto a V1 foi lançada rumo ao espaço no dia 05 de setembro. Muitas pessoas acham curioso a segunda ser lançada antes da primeira, mas vou explicar.
Ambas possuem trajetos distintos, de forma resumida, a V2 permaneceu boa parte do tempo em órbita de alguns planetas do Sistema Solar, fotografando, pesquisando, analisando e enviando dados à NASA, enquanto a V1 apenas se utilizou da órbita desses planetas para ser, digamos assim, “catapultada” para fora do nosso Sistema Solar.
As datas não foram escolhidas aleatoriamente, nem por causas cabalísticas, também não foi por luto ao Elvis (16/08/1977) e menos ainda para comemorar meu nascimento (julho de 1977), brincadeiras à parte, as datas foram escolhidas por um único fator, o alinhamento entre os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, fato que ocorre a cada 175 anos, portanto se não fossem lançadas naquela data, o caminho percorrido seria mais longo.
Foram anos de estudo entre as equipes para determinar a melhor data e o melhor aproveitamento do trajeto para as sondas estarem onde estão hoje. Um dos grandes idealizadores de boa parte desse projeto foi Carl Sagan.
Uma grande mente por trás de um grande projeto
Um dos idealizadores desse enorme e ambicioso projeto das Voyagers foi Carl Sagan, físico, professor e doutor em Astronomia e Astrofísica. Foi colaborador da NASA em diversos projetos espaciais e mensagens radiotelegráficas, principal idealizador do Golden Record (explanarei mais à frente) que ambas Sondas carregam consigo.
Carl Sagan. Foto não possui dataFonte: NASA / Cosmos Studies
Ficou mundialmente famoso na série Cosmos, que foi uma adaptação televisiva de livros escritos por ele com o mesmo nome. Nesta série ele apresenta a ciência de uma forma didática para qualquer leigo entender, sem o uso de linguagem técnica e de linguajar acadêmico, particularmente, me espelho muito nessa questão em relação à Filosofia, entendo que diversas áreas devem “popularizar” seus conteúdos e deixar o lado técnico na academia.
O objetivo principal no seu interesse acerca de mensagens radiotelegráficas era fazer contato com vidas inteligentes de outros planetas caso existam, ele morreu em 1996 sem obter sucesso nessa busca.
O trajeto das sondas
A V2, aproximou-se de Júpiter em 79, foi ela quem descobriu seus anéis, até então desconhecidos pelo ser humano. Descobriu atividade vulcânica no satélite Io e graças a V2 um novo satélite de Júpiter foi descoberto, Tebe. Em 81 passou por Saturno e em 86 ao passar por Urano, descobriu onze satélites naturais até então desconhecidos e que o Polo Sul de Urano está diretamente apontado para o Sol.
Simulação do trajeto das duas sondas e o caminho que seguem. Imagem de 2013 Fonte: NASA
Em 89 quando se aproximou de Netuno descobriu seis novos satélites daquele planeta, ao observar o satélite Tritão, identificou que a sua translação é oposta à rotação do planeta. Atualmente se encontra a aproximadamente uma distância de cerca de 17 bilhões de quilômetros distante do Sol.
A V1 desde o início do projeto possuía um trajeto diferente da V2, passaria por Júpiter e Saturno e dali “pularia” para Plutão, já que Urano e Netuno seriam analisados mais a fundo pela V2.
Mas um ano antes de sua passagem por Saturno (1980) a sonda Pionner 11 descobriu uma densa atmosfera gasosa em Titã (satélite de Saturno), o que fez os engenheiros modificarem o trajeto original para analisar melhor essa atmosfera, fato que finalizou os estudos do Sistema Solar por parte da V1, já que a passagem por Titã era de grande valor científico e a passagem por Plutão foi descartada por inúmeros fatores de risco.
Atualmente a V1 está a aproximadamente uma distância de cerca de 21 bilhões de quilômetros de distância do nosso planeta.
Como o texto já se torna extenso, amanhã publico a outra parte com o Golden Record e o que ainda se espera dessas duas sondas.
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