Sinopse: Eddie Brock é um jornalista que investiga o misterioso trabalho de um cientista, suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Quando ele acaba entrando em contato com um simbionte alienígena, Eddie se torna Venom, uma máquina de matar incontrolável, que nem ele mesmo pode conter.
Cansado de filmes com super-heróis? Então, que tal assistir a um filme onde o protagonista é um herói um tanto quanto antagônico? Pois eh, a princípio esse argumento até soa promissor (justamente porque apresenta um tipo de "inovação" nos filmes de heróis recentes... que, cá pra nós, andam ficando bem saturados), mas o que é feito com Venom é uma pulverização completa de ideias que se tivessem sido melhor trabalhadas com certeza teriam tido - ao menos - um resultado minimamente decente.
Os elementos básicos para um autêntico blockbuster estavam na mesa: a história é baseada em elementos de histórias em quadrinhos (algo que por si só já chama à atenção de uma parcela considerável do público e do mercado cinematográfico em geral), os efeitos especiais/visuais obviamente seriam bem pontuados, um elenco que soava interessante e um estúdio forte responsável por fazer um marketing pesado (Sony Pictures)... Porém, essa mistura aí não funcionou (não mesmo!).
Protagonizado pessimamente por Tom Hardy (que por sinal, já pode incluir esse filme como sendo o pior de sua filmografia até então... simplesmente, não há um take onde demonstre alguma naturalidade/intimidade com os seus personagens) o filme não faz nenhum tipo de esforço em se fazer relevante (ou ao menos divertido, já que as piadas quando não péssimas... são fora de hora).
Hardy faz dupla com a competente Michelle Williams (mas que aqui, apesar de não comprometer esse aspecto do longa, está bem atípica nesse papel com uma importância bem reduzida ) e juntos entregam um casal apático e sem a menor sinergia, que mais atrapalham o interesse do público na história do que aproximá-los na "missão" (porque é complicado ver a dupla atuando junto) de criar um possível lapso de simpatia pelo que poderá acontecer com eles.
Tudo acontece de forma fugaz (às vezes até de forma inútil... como se houvesse um desconhecimento acerca de tudo o que já funcionou em filmes anteriores que seguem a mesma linha), sem a menor preocupação em justificar os fatos de maneira contundente (ainda que hajam algumas cenas que se esforçam - inutilmente - em fazer isso)... Quase como um insulto ao senso de inteligência do espectador, que se vê em um desenvolvimento narrativamente precário (inclusive, com alguns erros de continuação irritantes ao longo da projeção) onde nada parece se encaixar de forma correta.
As cenas de ação se anunciam como pretensiosamente impactantes, mas ficam apenas na promessa mesmo (totalmente carentes de inspiração e criatividade). Um exemplo claro disso é o clímax do combate final que é tão simples que torna-se automaticamente esquecível antes mesmo dos créditos finais começarem a aparecer na tela (algo que nem a trilha sonora barulhenta e meio desajustada tenta insistentemente salvar).
A qualidade técnica dos efeitos visuais/especiais não chega a ser um desastre total (mas fica aquém do esperado para um filme do gênero) e acaba sendo o único aspecto que carrega algo de bom para - talvez - justificar o ingresso do cinema. Vale mencionar também que, ainda na parte técnica, a edição das cenas é um trabalho feito meio que nas coxas (com alguns cortes de ângulos péssimos e/ou escusos), a fotografia praticamente não existe e a direção do Ruben Fleischer é tão perdida, tão sem pulso e quase nonsense que eu tenho a impressão de que ele pegou o roteiro e o filmou sem ao menos ter feito uma leitura prévia.
De todos os filmes que eu já assistir nos cinemas esse ano... De longe, Venom é o pior e mais desinteressante deles! Realmente, uma decepção muito difícil de digerir (ainda mais para quem for fã de filmes com essa temática ligada aos comic books... acho que por isso mesmo - já que eu não sou fã, mas terminei assistindo a esse filme com um grupo de amigos - que eu superei essa decepção mais rapidamente, haha!) e que coloca mais uma mancha nessa obsessão em acreditar que todo personagem merece um filme solo apenas porque tem um certo apelo popular.
Orra, pensei em assistir, mas agora nem dá mais vontade!
Sem querer te jogar mais balde de "água fria", mas o filme é tão chato que tinha gente deixando a sessão pouco depois da metade de projeção.
Te confesso que até pensei nisso (porque o filme é quase um looping de chatice envolvendo - principalmente - os monólogos do Hardy com o Venom), mas quando pensei que eu paguei pelo ingresso, me vejo na "obrigação" de ficar até o final, haha!