This would be the last drag on the cigarette he'd rolled with that lousy tobacco he'd bought last week. Fuck this shit, I'm gonna throw this useless smoke away. Tomorrow maybe I'll buy that tobacco better, softer and with less taste of bus upholstery plastered with the sweat of thousands of passengers. As he blew out smoke and watched it slip through the cracks in the perforated bricks that mounted his makeshift window that avoided the imminent suffocation a summer could cause in a poorly structured asbestos-roofing workshop, he listened to a goddamn podcast on simulation theory. It's not that the subject was bad, it was one of his favorite subjects and, incredibly, just like any other pseudo-scientific subject but based on the impossibility of being refuted because it was in a gray zone of scientific testing, reality simulation was not a trigger for anxiety or psychotic crises. In fact, nothing outside himself was a trigger for crises. Thinking about simulation of reality had another sense of euphoria of discovery, of breaking through unclear barriers.
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He decided to turn off those cute youngsters (the main ingredient to ruin a podcast) and sat on the couch (without the cigarette that tasted like a bus seat) and just thought a little about it, about everything he knew about it. He, like any self-taught and independent philosophy lover (that is, who does not read the great philosophers, but "likes to think", or rather "is eternally doomed to think") believed that all those calculations about the cat were not necessary. of scientist X who could be alive or dead, about waves that are or are not observed, or about anything like that. And even beyond those countless mythological, historical, and ancestral references giving metaphorical hints to the concepts of an illusory universe that we think we're mastering, there's still the most basic of basic arguments. This argument is nothing more than an exercise in logic. We are technologically evolving on an exponential scale and that sooner or later (if we do not decimate ourselves before by any of several possible methods) we will reach a level of advancement in computing that will allow us to develop levels of self-development in artificial intelligence and that, by itself it only means that, if we are not able to create an artificial intelligence capable of perfectly simulating a human being (in levels of consciousness, emotions, feelings, ideas, etc), the artificial intelligence itself may reach that level (and who knows even for self-interest that is beyond our reasonable understanding). And then, confirming that this will happen, it turns out that we are probably already part of it, of any of the infinitely advanced realities that may exist in the universe. And even our own destruction before we reach this technological level can be planned in this possible simulated reality in which we are inserted being mere pawns.
As he thought this he looked through the luminous cracks in the perforated brick and saw the contrast of the gray clouds outside. A slow and silent rain began, the drops crackling on the asbestos roof made him feel comfortable, he decided to close his eyes and fall asleep there on the sofa for a while, every now and then he thought about what it would be like when he died, would it just be turned off or would he "wake up" rebooted in another scenario, in another body and follow his new journey with or without notion of everything he had gone through so far?
Essa seria a última tragada no cigarro que enrolara com aquele péssimo tabaco que havia comprado semana passada. Foda-se essa merda, vou jogar fora esse fumo inútil. Amanhã quem sabe eu compre aquele tabaco melhor, mais suave e com menos gosto de estofado de ônibus encalacrado com suor de milhares de passageiros. Enquanto soltava a fumaça e a via escapulir pelas frestas dos tijolos furados que montavam sua janela improvisada que evitava o sufocamento eminente que um verão poderia causar numa mal estruturada oficina de telhado de amianto, ouvia uma porcaria de um podcast sobre teoria da simulação. Não é que o tema fosse ruim, era um de seus temas preferidos e, incrivelmente, assim como qualquer outro tema pseudo científico porém embasado na impossibilidade de ser refutado por que estava numa zona cinza da testagem científica, a simulação da realidade não era gatilho para ansiedade ou crises psicóticas. Na verdade, nada fora ele mesmo era gatilho para crises. Pensar em simulação da realidade tinha mais uma sensação de euforia da descoberta, do desbravamento de barreiras não-claras.
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Resolveu desligar aqueles jovens engraçadinhos (o principal ingrediente para estragar um podcast) e sentou-se no sofá (sem o cigarro com gosto de banco de ônibus) e apenas pensou um pouco sobre o assunto, sobre tudo que sabia do assunto. Ele, como qualquer apreciador autodidata e independente da filosofia (ou seja, que não lê os grandes filósofos, mas "gosta de pensar", ou melhor, "está eternamente amaldiçoado a pensar") acreditava que não era necessário todos aqueles cálculos sobre o gato do cientista X que poderia estar vivo ou morto, sobre ondas que são ou não observadas ou sobre qualquer coisa desse tipo. E mesmo além daquelas inúmeras referências mitológicas, históricas e ancestrais dando dicas de forma metafóricas aos conceitos de um universo ilusório do qual nós achamos estar tendo domínio, ainda existe o mais básico dos básicos argumentos. Argumento esse que é nada mais que um exercício de lógica. Estamos evoluindo tecnologicamente numa escala exponencial e que cedo ou tarde (se não nos dizimarmos antes por qualquer um dos vários métodos possíveis) iremos chegar a um nível de avanço na computação que nos permitirá sim desenvolver níveis de autodesenvolvimento em inteligência artificial e isso, por si só, significa que, se nós não formos capazes de criar uma inteligência artificial capaz de simular com perfeição um ser humano (em níveis de consciência, emoções, sentimentos, ideias, etc), a própria inteligência artificial poderá chegar nesse nível (e quem sabe até por interesses próprios que foge de nossa raza compreensão). E logo, confirmando que isso acontecerá, conclui-se que provavelmente nós já somos parte disso, de qualquer uma das infinitas realidades avançadas que pode existir no universo. E até mesmo a nossa própria destruição antes de chegarmos nesse nível tecnológico pode ser planejada nessa possível realidade simulada na qual estamos inseridos sendo meros peões.
Enquanto pensava isso olhava pelas frestas luminosas do tijolo furado e via o contraste das nuvens acinzentadas do lado de fora. Começava uma chuva lenta e silenciosa, as gotas estalando no telhado de amianto lhe causaram uma sensação de conforto, decidiu fechar os olhos e adormecer ali no sofá por algum tempo, de vez em quando pensava como seria quando morresse, será que seria só desligado ou será que iria "acordar" rebootado em um outro cenário, em outro corpo e seguiria sua nova jornada com ou sem noção de tudo que passara até então?
te amo
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That's for sure the first question we'll got answered after we pass away... lol.
Heavy af! A.I. world take over and Simulation theories always help me to pass the time, and smokes too.
Simulation theory is mind-bending and it's a good idea not to think about it while tripping. Great insightful story @thomashnblum
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