Botafogo e Palmeiras concentram chances de título do Brasileirão após tropeço do Fortaleza
O Fortaleza teve tudo para se colocar forte na briga pelo título do Campeonato Brasileiro no fechamento da 34ª rodada. A equipe cearense vencia o Fluminense, no Maracanã, até os 39 minutos do segundo tempo, quando sofreu o empate em 2 a 2. Se vencesse, suas chances de título subiriam de 3,57% para 6,48%, mas com o empate, caíram para 1,37%. A desvantagem que poderia estar em apenas três pontos para o líder Botafogo permaneceu em cinco.
A quatro rodadas do fim, a taça fica mesmo na disputa entre Botafogo e Palmeiras. O destaque deste meio de semana foi a subida alviverde por ter superado o Bahia, fora de casa, e contado com o tropeço do Botafogo, que ficou no 0 a 0 frente ao Atlético-MG. A equipe paulista subiu suas chances de título de 28,45% para 46,14%, e a queda do Alvinegro carioca foi de 14,43 pontos percentuais caindo de 65,62% para 51,19%.
Neste sábado, os dois primeiros colocados na classificação geral voltam a campo. O Botafogo recebe o Vitória, no Nilton Santos, enquanto o Palmeiras vai a Goiânia encarar o lanterna Atlético-GO. As partidas ocorrem às 19h30 (de Brasília) e vão aumentar ainda mais a expectativa para o aguardado confronto entre líder e vice-líder, na próxima terça-feira, no Allianz Parque.
As chances são determinadas por modelos estatísticos aplicados pelo economista Bruno Imaizumi sobre microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013. Foram analisadas as características de todas as finalizações e resultados de 4.519 jogos de Campeonatos Brasileiros que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da métrica de expectativa de gol (xG), consolidada internacionalmente.
Por exemplo, se uma equipe com desempenhos ofensivos e defensivos apenas medianos será visitante no segundo turno contra adversários que estejam com as melhores performances mandantes, as chances desse visitante vencer são menores do que de um time eficiente e de alta produtividade ofensiva que tem agendados confrontos contra adversários que, neste momento, estejam com os piores desempenhos caseiros.
Porém, conforme novos jogos são disputados, os potenciais futuros mudam, rodada a rodada. Essas são algumas possibilidades que explicam quando as chances não acompanham exatamente as posições atuais da tabela de classificação: os potenciais futuros são diferentes dos resultados já conhecidos, entre outros motivos, devido à inversão de mandos no returno.
Os dados ajudam a calcular o potencial que cada equipe tem para vencer os jogos restantes, considerando mando de campo e outras características ao fazer 10 mil simulações para cada partida a ser disputada.
O empate em casa diante do Fortaleza deixou o Fluminense em uma situação delicada na classificação do Brasileirão. As possibilidades de a equipe permanecer na Série A em 2025 caíram de 75,13% para 67,43%: uma queda nas chances de permanência de 7,70 pontos percentuais. O time com maior redução de chances de ficar na elite nacional foi o Criciúma, que perdeu em casa para o Vitória no confronto direto. A probabilidade de o Tigre seguir na Série A no ano que vem caiu de 69,34% para 48,58%, uma redução de 20,76 pontos percentuais.
Com 38 pontos ganhos, o Fluminense é o 15º colocado e está fora do Z-4, mas tem apenas um ponto a mais que o Criciúma, 17º. Na próxima rodada, as duas equipes têm um confronto direto pela permanência na Série A, terça-feira, às 19h, no Maracanã. O preço da derrota para o Tigre será a sua manutenção entre os quatro últimos, e o Flu, se perder, só não vai para a zona de perigo, se o Juventude também for derrotado, em casa, pelo Cuiabá, penúltimo colocado.
O Vitória foi o grande vencedor da rodada: ampliou em 15,40 pontos percentuais seu potencial para ficar na Série A: de 81,70% para 97,10%. O Leão terá um jogo difícil neste sábado diante do líder Botafogo, no Rio.
Veja abaixo como ficou o potencial de as equipes seguirem na Série A em 2025. Pelas projeções do Espião Estatístico, o Atlético-GO não tem mais chances de permanecer na elite do futebol brasileiro na próxima temporada, apesar de seu rebaixamento ainda não ter sido matematicamente confirmado.
Com o título do Flamengo na Copa do Brasil, sempre que a equipe estiver entre os seis primeiros colocados, a faixa de classificação para a Libertadores vai até a sétima colocação. Por isso, passamos, a partir da 34ª rodada a calcular as chances de os times ficarem entre os sete primeiros colocados. No gráfico abaixo, até a 33ª rodada, apresentávamos a chance de as equipes ficarem entre os seis primeiros, por isso há uma variação após a final da Copa do Brasil.
Os seis primeiros colocados estão consolidados. Botafogo, Palmeiras, Fortaleza, Flamengo e Internacional já estavam garantidos no G-7 e, após a 34ª rodada, é a vez do São Paulo assegurar a sua posição nesse grupo pelas projeções do Espião Estatístico. A sétima vaga está em disputa direta por Cruzeiro e Bahia, com o Corinthians se apresentando como desafiante após sua série de cinco vitórias seguidas no Brasileirão.
Se o Cruzeiro for campeão da Sul-Americana neste sábado, a partir das 17h, contra o Racing-ARG, se classifica automaticamente para a Libertadores do ano que vem. Com isso, se a equipe celeste e o Flamengo estiverem entre os sete primeiros colocados, Bahia, Corinthians, Vasco e Atlético-MG passam a disputar a vaga via oitava colocação na classificação.
Se o Cruzeiro for o campeão da Sul-Americana, até mesmo o nono colocado do Brasileirão poderá ir para a Libertadores de 2025, caso o Botafogo, líder do Brasileirão, for o campeão da atual edição. A final será no sábado, dia 30, contra o Atlético-MG.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.475 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.