F1: FIA faz jogo duro e pode até tirar pontos de piloto que falar palavrão
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) divulgou na quarta-feira (22) as diretrizes de seu código esportivo para 2025. Entre as modificações feitas está a inclusão de um apêndice no artigo 12.2 com penas para os pilotos que falarem palavrões ou fizerem manifestações políticas e religiosas, além de outros três temas (veja em detalhes no fim da matéria). As punições podem ir de multas até a suspensão por um mês e dedução de pontos no campeonato.
A medida vale para todas as competições sob regimento da FIA, incluindo a Fórmula 1. No caso da elite do automobilismo europeu, todos os valores iniciais das multas publicadas pela federação serão multiplicados por quatro. Por exemplo: se o valor inicial de uma multa definido pela FIA é de 10 mil euros, um piloto da F1 pagará 40 mil (10 mil x 4). O valor máximo de multa na categoria é de 1 milhão de euros (R$ 6,18 milhões, na atual cotação).
A punição sobre o uso de palavrões está incluída no trecho “qualquer má conduta” citado no apêndice divulgado pela entidade. O artigo 20 do código esportivo da FIA define má conduta como “uso geral de palavrões (escritos ou verbais), gestos ou sinais que sejam ofensivos, insultantes, grosseiros, rudes ou abusivos e que possam ser percebidos como grosseiros ou mal-educados, ou que causem ofensa, humilhem ou sejam inadequados”. Agressões físicas em geral também não são permitidas.
A aplicação das punições possui três níveis, que vão aumentando conforme a reincidência do piloto. No entanto, o documento publicado pela FIA deixa claro que os comissários têm liberdade de analisar cada situação individualmente e definir qual é a decisão mais adequada. Portanto, um competidor que recebe sua primeira pena não vai, necessariamente, ganhar a menor punição.
A redução do uso de palavrões é uma pauta defendida pelo presidente da federação Mohammed Ben Sulayem. O dirigente chegou a causar polêmica em setembro do ano passado ao dizer que era necessário “diferenciar o automobilismo da música rap” e prometeu medidas mais enérgicas sobre o assunto – a fala não caiu bem e foi criticada por Lewis Hamilton, que apontou "generalização" e um “elemento racial” no discurso feito pelo mandatário da FIA.
Um dia depois da discussão iniciada pelo dirigente, o holandês Max Verstappen foi punido por ter xingado durante coletiva de imprensa no GP de Singapura e teve que fazer serviço comunitário. A tarefa foi cumprida em dezembro, quando o campeão da Fórmula 1 em 2024 visitou Ruanda para a premiação anual da FIA.