Corinthians
Análise: do técnico aos atacantes, acúmulo de erros custa eliminação a um Corinthians sem energia
O Corinthians encarou um jogo da 30ª rodada do Brasileirão, na última quinta-feira, como final de campeonato. E pareceu que disputava uma partida de primeira fase no duelo contra o Flamengo, que valia vaga na final da Copa do Brasil. Faltou o tal sangue no olho, mas também técnica e tática na eliminação deste domingo, na Neo Química Arena.
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Mesmo com um a mais desde os 27 minutos do primeiro tempo, o Corinthians não conseguiu encontrar recursos para furar a retranca rubro-negra nem teve energia para buscar a classificação no “abafa”.
Das escolhas equivocadas de Ramón Díaz às atuações individuais ruins, uma sucessão de erros foi decisiva para a queda em Itaquera.
O técnico argentino, que já havia errado na estratégia no jogo de ida, quando armou um meio sem pegada, com Garro e Igor Coronado, voltou a utilizar uma escalação questionável. Em vez do esquema com três volantes, que vinha dando certo, Ramón tentou surpreender com três atacantes - formação parecida com a utilizada contra o Juventude, nas quartas de final.
Além de não funcionar para abrir a defesa do Flamengo, a escolha por Talles Magno como titular deixou o Corinthians com menos alternativas ofensivas para a parte final do jogo. Quando precisou de fôlego novo, Ramón teve poucos recursos, foi obrigado a recorrer a Giovane e Pedro Henrique e viu o time perder qualidade.
O técnico também optou por, no segundo tempo, tirar Matheuzinho, que até então era uma válvula de escape da equipe pela direita.
Apontar erros de Ramón não significa, porém, tratar o argentino como único culpado pela eliminação. Essa responsabilidade precisa ser dividida com os jogadores, quase todos muito abaixo do que podem render.
Garro, maior fonte de criatividade do Timão, produziu pouquíssimo. Coronado entrou para dividir com o camisa 10 a responsabilidade de alimentar o ataque e foi ainda pior, errando até passes fáceis, de lado.
Diante de uma linha de cinco defensores montada por Filipe Luís logo após a expulsão de Bruno Henrique, o Timão mostrou repertório escasso e abusou dos cruzamentos na área. Além de criar pouco, finalizou mal as chances que teve, com Yuri Alberto, Pedro Henrique, Giovane...
Romero quase não foi notado. O paraguaio atuou pelos dois lados e em ambos participou pouco do jogo, tendo dado apenas 13 passes e nenhuma finalização no gol.
O Flamengo picava o jogo com a técnica de seus meio-campistas, a catimba na demora para cobrar cada falta, lateral ou tiro de meta e a conivência de Anderson Daronco, árbitro que não colabora para que o jogo tenha fluência.
A falta de energia do time em campo acabou por contagiar a arquibancada. Itaquera viveu uma tarde de bela festa com faixas, bandeiras, mosaico... mas não inflamou como a decisão pedia. Não era mesmo dia.
Por mais que se saiba que a prioridade corintiana é o Brasileiro e não as copas, a eliminação deste domingo deixa um gosto amargo pelas circunstâncias em que se deu, com um jogador a mais na maior parte do tempo e sem sequer conseguir um “tudo ou nada” nos minutos finais. Ainda assim, o Corinthians não pode desviar de seu maior objetivo nesta reta final do ano: se manter na elite do futebol nacional em 2025.