Lembrei de alguns autores que associam a impressão de perder um ponto de vista para outro, com perder sua individualidade. Essa sensação é como uma morte do eu. Por isso é tão útil não mesclar sua noção de "eu" com seus pensamentos e comportamentos. São todos passageiros e, de úteis, podem se tornam ultrapassados para você mesmo em certo momento. Na medida que perdem a validade, é preciso renovar. Mas o espírito se mantém e não perde seu valor, muito pelo contrário. Gostei do texto!
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Tem um psicólogo meio famosinho chamado Jonathan Haidt que, numa palestra brevemente resumida aqui, fala sobre nosso cultivo a símbolos religiosos e como qualquer crítica negativa a eles acaba por ser pessoalizada pelos crentes. Acontece que ele generaliza isso para toda condição humana que envolva rituais tribais, de modo que os símbolos que cultivamos como sagrados (no caso, ele fala da "justiça social" em contraposição à "verdade" — que podem ser tidas como símbolos de apego proto-religioso) sejam símbolos próprios de nossa identidade, de nossa constituição pessoal. Realmente é algo a se pensar: afinal, o quão tribal estou sendo ao me apegar tão fortemente a certas ideias?