Caranguejo Eremita - O crustáceo Nômade

Os crustáceos são animais pertencentes a um subfilo que inclui um dos conjuntos de invertebrados mais numerosos do planeta, com aproximadamente 70.000 espécies conhecidas. Destes, existem certas espécies conhecidas como caranguejo eremita ou paguru, crustáceos marinhos de coloração normalmente marrom escura e desprovidos de carapaça no abdômen.

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Características e Habitat

Este animal não é capaz de produzir sua própria concha, ele precisa que gastrópodes morram para que encontre uma e utilize como abrigo. Ou seja, por mais estranho que pareça, sua vida depende da morte de um outro ser. O crustáceo carrega a concha nas costas por toda a sua vida, e é obrigado a procurar uma nova e maior conforme vai crescendo (pode chegar a medir até 40cm de comprimento). A medida que fica mais velho, vai migrando para profundidades maiores, de 20 a 40 metros. Próximos às praias só se encontram ermitões ainda jovens.

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Esta não é apenas uma espécie de animal, caranguejo eremita é um nome genérico para cerca de 500 tipos de espécies diferentes existentes, e embora a maioria seja aquática, alguns deles são terrestres. Na natureza, a composição da comunidade de ermitões, tanto em número como em diversidade de espécies, está fortemente relacionada à disponibilidade de conchas. Espécies mais agressivas e espécimes maiores tendem a escolher as conchas mais “confortáveis” para se vestir, deixando as menos atraentes para os que não conseguem competir por elas. Embora possa parecer um detalhe, carregar uma concha imprópria é um fator de alto estresse para o animal, o que pode ocasionar sua morte.

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Hábitos

Vive junto de rochas e arrasta uma concha onde se abriga. Fora da concha ele fica vulnerável, pois seu abdômen é mole, desprovido de carapaça. Quando a concha em que se refugia fica pequena, ele procura outra maior e chega a matar o molusco do qual quer a concha. Chegam a retirar as anêmonas fixas em rochas e as alojam sobre a concha que lhes serve de proteção. A anêmona protege o ermitão com suas células urticantes, que afastam os predadores, tendo em troca a vantagem de ser deslocada junto com o crustáceo, ampliando assim seu campo de ação além de receber as sobras de alimento. O ermitão desfaz em pedaços os peixes e outros alimentos, com isso os pedacinhos que ficam flutuando por perto são capturados pelas anêmonas.

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Alimentação e Reprodução

Sua alimentação se baseia em plâncton (animais microscópicos dispersos na coluna d’água com baixo poder natatório), outros crustáceos e pequenos peixes. O acasalamento ocorre duas vezes por ano e os apêndices abdominais nas fêmeas carregam os ovos, que são mantidos lá até chocarem; os jovens passam para a água como larvas nadadoras. As larvas acabam se metamorfoseando em pequenos caranguejos, e a partir daí começam a procurar suas próprias conchas.

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Uma nova descoberta

Apesar dos problemas em achar uma nova casa, uma espécie de caranguejo eremita evita todo esse aluguel de cascos, optando por residir dentro de um coral vivo, que cresce junto com o caranguejo, significando que não existe mais a necessidade dele se realocar uma vez que seu cômodo fica um pouco apertado. Denominada Diogenes heteropsammicola, foi descoberta recentemente, em 2017, por cientistas da Universidade de Kyoto, nas Ilhas Amami, uma cadeia de ilhas subtropicais ao norte de Okinawa, no Japão. O fato curioso é que o animal parece apenas usar corais vivos, isolados e em crescimento como casas. Embora alguns caranguejos eremitas sejam conhecidos por ter casas que crescem com seus corpos, essa nova espécie japonesa é a primeira a usar um coral vivo. O achado foi publicado em um artigo científico.

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Gastronomia - Nas ilhas Baleares, na Espanha, os caranguejos-eremitas são consumidos cozidos, grelhados, geralmente com limão e pimenta. A carne do abdómen destes caranguejos é macia e tem um sabor muito característico. Apesar disso, não existe muita procura pois o consumo é muito pequeno e pouco conhecido.