Existe uma eterna discussão entre o que seria DLT (Distributed Ledger Technology) e Blockchain. Hoje é quase unanime a ideia que DLT é um blockchain sem um token de valor monetário circulando.
O termo DLT foi propagado por IBM para se diferenciar de projetos que usam "criptomoedas". Se apropriaram da tecnologia blockchain, criaram uma solução centralizada, visando se distanciar da nova criptoeconomia, para um agrado ao setor empresarial.
Hoje, com o advento dos sidechains, em 2012, e seu aperfeiçoamento tecnológico nos anos seguintes, grande parte dos blockchains podem atender o setor empresarial, oferecendo recursos simples de registros de documentos, cadeias de suprimentos, carteira multi-assinaturas, controles de contabilidade, etc e etc.
E qual seria o principal atrativo em se usar um Blockchain ao invés de um DLT?
Enquanto no DLT, as grandes empresas pagam por licença de uso da rede, no blockchain o sistema funciona como um software sobre demanda, o que pode ser muito mais barato a uma empresa. Imagine uma empresa que contrata um DLT pagando 3.000 reais por mês para licença de uso da rede realizando 1.000 transações no sistema durante este período.
Agora, vejamos quanto ela gastaria em 1.000 transações usando, por exemplo, o blockchain da NEM. O token nativo desta rede, o XEM no momento custa 0,15 centavos de reais. Com cada token XEM é possível pagar as taxas de 20 transações básicas na rede NEM. Se multiplicarmos por 1.000 transações teríamos 7,5 reais de custo num mês.
Simplificando:
No DLT
Acesso ao DLT = R$ 3.000
Quantidade de Transações = 1.000
Custo por transação = 3 reais
No Blockchain da NEM
Acesso ao Blockchain = R$ 0
Quantidade de Transações = 1.000
Custo por transação Básica = R$ 0,01
Custo total no Blockchain = R$ 7,50
O que poderíamos vislumbrar com essa afirmação que os criptoativos das principais blockchains hoje são uma licença de software por demanda. Quando o Ethereum se apresenta como uma Maquina Virtual de Turing completo, quando o EOS se apresenta como um software, eles estão oferecendo serviços, e por incrível que parece, estão possibilitando uma forma de "estocagem de serviço", algo que pelas características até então que tínhamos de serviço não seria possível pois: "Um serviço é um produto da atividade humana que satisfaz a uma necessidade, sem assumir a forma de um bem material."
Claro, você pode questionar sobre a alta volatilidade do preço dos criptoativos e das taxas de transações do blockchain. Sim, isto pode ser um empecilho se a empresa desejasse hospedar sua solução num blockchain onde as taxas de transação não são fixa. No exemplo que demos do Blockchain da NEM, as taxas são fixa, o que oferece uma previsibilidade da quantidade de tokens que o projeto necessitará, logo se conseguiria estimar com mais precisão o valor do serviço.
Então, imaginemos que uma repartição publica deseje optar em adotar um blockchain. Esta repartição poderia estimar a quantidade de transações que deseja realizar por tal período, abrir uma licitação, onde empresas de informáticas, corretoras de criptoativos entre outras, pudessem participar de uma licitação na oferta do token nativo da rede.
Exemplos:
Repartição lança licitação para a compra de 1.000 tokens e com esta quantidade é possível realizar 5.000 transações em uma rede blockchain. Se assume a um processo licitatório de menor preço de tokens seria o ganhador da licitação.
Vamos imaginar uma outra hipótese do uso de blockchain em atividades de uso sazonal.
Um produtor de soja deseja rastrear sua cadeia de suprimentos. Provavelmente em época de plantio o número de registros lançados em uma cadeia de blocos seja menor. Então por que optar por um softwares que possui um preço fixo, e não um por demanda?
Será que esta visão e este novo modelo de negocio não economizaria recursos públicos? No caso de uma empresa, não é sempre melhor ter custo variável a assumir custos fixos? Ainda adicione o benéfico que estes tokens ou essa licença de uso de uso sobre demanda são transferíveis e podem ser revendidas, caso necessário.
Em sua maioria, os blockchains oferecem níveis de descentralização bem superiores aos DLTs, logo, oferece a real confiança que é a essência desta tecnologia. Dessa forma, aos que pretendam desenvolver aplicações empresariais com a tecnologia blockchain, espero que acrescentem esta analise em sua decisão.
Voltamos a qualquer momento!
Parabéns, seu post foi selecionado para o BraZine! Obrigado pela contribuição!
Brigadão, Brazine!
Boa, @joaolyra! Já tinha ouvido falar em blockchains privadas, mas ainda não conhecia esta solução da IBM. O mercado é assim mesmo, mas acredito que a comunidade de código-aberto tem muito mais a oferecer :D Obrigado por compartilhar ;)
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Valeu, Casão!