Desde o ano passado, tive a oportunidade de ler alguns artigos do advogado e financista americano Jim Rickards, autor do livro Currency Wars: A construção da próxima crise global.
Dentro do pouco conhecimento que tenho tentado obter sobre economia, sobre o mercado financeiro, sobre as crises de crédito e assuntos afins, algumas afirmações de Rickards estão dentro daquilo que do meu ponto de vista podem ser
consideradas corretas. Ele denuncia por exemplo, a farra da emissão de moeda feita pelos bancos centrais, em especial o FED, a partir de 2008 durante crise do sub-prime.
O autor ainda cita o "tudo ou nada" de algumas empresas norte-americanas com alta cotação de suas ações, mas que
estão mergulhadas em grande parte em um mercado onde os preços se formam somente via especulação.
Uma frase de Jim é interessante:
"Há um total de cerca de US $ 3,7 trilhões de títulos de alto risco em circulação no mundo."
Quem acompanha ou conhece a fundo Jim Rickards e outros financistas que denunciam a próxima grande crise financeira global busca saber também quais são as "dicas" que eles dão em relação a proteção de quem ouve ou lê suas palavras. No caso do referido autor, é o ouro.
Rickards insiste a todo instante na frase, "compre ouro agora!".
Ouro puro, não papéis, não títulos assinados, ouro mesmo. Diante disso, podemos ter uma noção do tipo de crise que ele espera.
Bem, de fato, ouro parece ser um ativo muito interessante de se ter em posse num futuro apocalipse financeiro.
Mas Bitcoin e talvez algumas outras altcoins também. Na verdade o Bitcoin parece ser tão promissor quanto o ouro
ou até melhor para formar o "kit de sobrevivência".
Jim não simpatiza com o Bitcoin
Mas Jim Rickards parece ter uma aversão ao Bitcoin. Em sua insistência com o ouro, ele acaba por rebaixar o Bitcoin
de maneira equivocada, a mera moeda de criminosos digitais. Se você acompanha o mercado já deve estar cansado de ouvir isso! enfim...
Dentre alguns pontos de Jim Rickards sobre o Bitcoin que me parecem equivocados e que Fernando Ulrich
refutou ainda em 2016 que você pode ler aqui, um deles me chama a atenção, a afirmação que o Bitcoin diferentemente do ouro ou mesmo algumas moedas estatais, jamais passou por uma grave crise para provar que seria de fato um ativo a ser considerado como útil.
Bem, em primeiro lugar, o surgimento do Bitcoin data de 2008/2009. É algo novo não apenas do ponto de vista
econômico, financeiro, monetário. O Bitcoin é algo novo do ponto de vista da sociedade humana em geral.
Se você não sabe o potencial futuro de um ativo, não pode decretar que ele é inútil.
O segundo e mais importante ponto é que, embora o Bitcoin não tenha passado por crises globais, algumas crises
localizadas e muito intensas, caóticas e desesperadoras, podem nos dar uma noção do que uma criptomeda
descentralizada pode fazer por uma população em momentos de extremo pânico financeiro.
O Bitcoin e a Venezuela
A Venezuela, tem vivido desde 2014 uma devastadora crise econômica, devastadora a ponto de estar com
inflação próxima de 1.000.000 % (Um milhão por cento).
O Bolívar Venezuelano é uma moeda totalmente desvalorizada, um lixo monetário que não tem poder de compra.
Na dificuldade de fazer câmbio com outras moedas, a população começou a mais ou menos 3 anos atrás, uma busca intensa para obter Bitcoins e outras criptomoedas e tem usado tais ativos digitais com extrema utilidade para obter itens básicos de consumo.
O Bitcoin e a Grécia
Em 2015, na grave crise da Grécia, onde bancos fecharam as portas para evitar saques em
massa (isso mesmo, as pessoas não podiam sacar seu próprio dinheiro) e onde havia um rigoroso
controle de capitais por parte do governo, o gregos recorreram em grande quantidade ao Bitcoin.
O Bitcoin e o Chipre
Em 2013, o Chipre também enfrentou uma gravíssima crise econômica e bancária, o que elevou sobremaneira
a aquisição de Bitcoins neste país durante a crise.
Embora tais exemplos são sejam comparados a uma crise global, foram nações que voluntariamente recorreram
as caracteristicas principais do Bitcoin como alternativa viável e útil para problemas reais.
Conclusão
A conclusão é que Jim Rickards, ao focar suas sugestões de segurança no ouro não faz errado, o ouro de fato parece ser um ativo seguro para o que Rickards está esperando na economia global, seu erro
é desprezar o potencial utilitário que existe por definição no Blockchain do Bitcoin e que ano após ano
tem mostrado que é viável.
Se Bitcoin é a criptomoeda definitiva, não arrisco dizer, existem projetos magníficos sendo criados e projetados.
A 12 anos atrás o Bitcoin não existia, daqui a 12 anos podemos ter outro projeto descentralizado no domínio de valor
desse mercado ou mesmo o próprio Bitcoin.
O que me parece no entanto, é que tudo o que Blockchain representa é justamente que seu nascimento se deu após
a análise de um Armagedom financeiro evitado (ou postergado) com impressão de dólares em 2008 e seu uso já tem empiricamente se demonstrado útil nos desdobramentos da última grande crise.
Sim nos momentos de crise braba, é muito importante ter uma reserva de valor, quem não tiver corre o risco mesmo de passar fome. Os principais são o dólar, o ouro e o bitcoin. Tem que ser o ativo físico guardado em casa, pois caso contrário na hora do caos, pode não ter como sacar.
Existe uma comunidade aqui no steemit chamada #steemsilvergold, em inglês, que se dedica a o que o nome diz, criptomoedas e metais preciosos. Se tiver interesse, entre em contato comigo ou simplesmente procure artigos com a tag acima.
ptgram